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sexta-feira, 6 de março de 2015

Jacques Sapir: Sinopse á Comissão Europeia

Alguns extractos de um excelente artigo do brilhante economista Jacques Sapir que eu conselho vivamente a ler na integra no seu blog.

« O texto de J.M. Keynes sobre a necessidade de uma auto-suficiência nacional revela-se estranhamente actual e perturbador. Hoje, como em 1933, acumulam-se as razões para meter em duvida o Livre-Comércio. Especialistas do Banco Mundial têm brutalmente revisto em baixa as suas estimações dos "ganhos" de uma liberalização do comercio internacional, sendo que eles são calculados sem referência a possíveis custos. »

« Mesmo os investimentos estrangeiros, muito tempo considerados como a solução milagre do desenvolvimento, hoje são postos em causa. A concorrência  em que se envolvem muitos países para tentar atraí-los tem claramente efeitos negativos no domínio social e da protecção do ambiente. »

« É na oposição entre a realidade social dos produtores, inserido num contexto nacional bem especifico, e a dimensão apátrida dos capitalistas que ele identifica a principal contradição. »

« Keynes também vê nesta oposição um risco de guerra. Para ele, o que nós chamamos hoje de Globalização não é um vector de paz. Esta não pode ser garantida que por um retorno aos quadros nacionais. A proliferação de conflitos militares e as intervenções armadas desde o fim da "Guerra Fria" parecem-lhe dar tragicamente razão. »

« A defesa da auto-suficiência por Keynes justifica-se não apenas em nome da paz. O Livre-Comércio, e em particular a circulação liberalizada do capital, priva as nações de liberdade na sua escolha social. Ele condena a termo a existência da propriedade privada e impede o funcionamento das instituições democráticas. Este é um ponto que nós podemos compartilhar hoje totalmente. »

« Mas é claro que ele não vê nenhum outro futuro que o caos, a ditadura e a guerra no prosseguimento do Livre-Comércio. Este conduz a aceitar unicamente como valor, o das finanças. Sua recusa do Livre-Comércio é também a recusa de uma tendência de reduzir tudo ao estatuto de mercadorias, processo no qual ele vê a destruição final da cultura humanista ocidental. »

FONTE: Blog de Jacques Sapir

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