domingo, 25 de setembro de 2016
O voto, o eleitor e o candidato na óptica de Mirbeau
Num artigo, aparecido em 1888, o escritor Octave Mirbeau, matraca o candidato, sinónimo de rapina e abutre que olha unicamente para os seus próprios interesses, mas sobretudo o eleitor, aquela ovelha que vota precisamente para aquele que mais lhe deseja a pele e despojar os bolsos. Neste belo artigo, retém-se para amostra, este trecho que resume bem a burrice do eleitor, ou daquele que pensa que votando, terá assim beneficio :
“As ovelhas vão para o matadouro. Elas não dizem nada, elas não esperam nada. Mas ao menos, elas não votam para o carniceiro que as matará, e para o burguês que as comerá. Mais animal que os animais, mais ovelha que as ovelhas, o eleitor nomeia o seu carniceiro e escolhe o seu burguês. Ele fez revoluções para conquistar esse direito”
Fonte: LeFigaro,28 Novembro 1888
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É bem esclarecedor nestes tempos sombrios,muito se fala que a esquerda não gosta de democracia,mais isto e´errado!a esquerda e principalmente os plutocratas adoram a democracia pois ela é subversivel,ela pode ser manipulada para atender aos interesses da esquerda e dos marxistas culturais!,por que se demonizam tanto o irã e a Coreia do norte?pois estes países são fechados e não admitem que os outros se intrometam nos seus assuntos!! a judiaria adora falar de democracia,mas para os outros,no seu próprio país pais (israel) prevalece a segregação e a ditadura do medo,agora vejo os tais patriotas europeus achando que lutar pela democracia é um bom negocio?vejamos os marxistas-Talmundistas já dominam a parte cultural(e de opinião)e a política,a única solução para os patriotas é se infiltrar nas forças armadas para no momento de caos,esmagar todos os inimigos da nação e tomar o poder para criar uma nova sociedade.
ResponderEliminaré no caos estabelecido pelos inimigos da nação que haverá a maior oportunidade para os libertadores da pátria triunfar.
Gang,digite "European people art" no Google e terá uma grande surpresa!!
ResponderEliminar"https://lh3.googleusercontent.com/-7Ruf9znTjwc/V-anw_uZYdI/AAAAAAAAUM8/CeqrQopnAS4o0NSyWUmjJLNXvfi4ee0hQCK8B/s512/9173283222778734115%253Faccount_id%253D1"
ResponderEliminarPorra! Esse é o novo Lancelot ?
Parece-me que é preciso um sistema de governo adaptado ao século 21, e parece-me que um sistema de governo baseado na democracia directa seria o melhor, este sistema teria 3 pontos:
ResponderEliminar1) SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE SUPORTE ÀS DECISÕES
Seria necessário por à disposição da população informações relevantes ao actual funcionamento do sistema e indicadores com todas as informações relevantes a uma tomada de decisão. É como funcionam muitas das melhores corporações, os seus gestores tem sistemas de informação que ajudam a perceber o que está em jogo antes de cada tomada de decisão. Passando essa boa prática de gestão para um sistema de governo as pessoas teriam toda a informação relevante para tomarem as decisões melhores para elas e para a sua comunidade.
2) PODER DE PROPOR ASSUNTOS A VOTAR, E POSSIBILIDADE DE CORRIGIR ERROS.
Isto é importante, muitas vezes vota-se assuntos da treta que apesar de serem muito discutidos nos media, tem pouca importância na vida real das pessoas. É preciso um sistema que se foque nas situações mais importantes a resolver. Outra coisa é o corrigir erros, se eu tiver um sistema de democracia representativa e o meu representante fizer coisas que não aprovo, preciso de 4 anos para votar em outro, num sistema directo, em poucos segundos eu altero o meu voto no assunto.
3) PODER DE VOTAR EM ASSUNTOS
É muito melhor votar em assuntos do que em candidatos que fazem promessas, assim temos a certeza que o nosso interesse pessoal e colectivo foi defendido com a nossa opinião, e temos ainda a chance de mudar de opinião, se virmos que optamos mal.
Estaríamos assim a passar de um sistema de controlo hierarquizado, para um sistema de maior descentralização de poder, onde existiria um governo, mas não existiriam governantes. Não haveria partidos políticos, nem ideologias, essas coisas ficariam obsoletas, e para qualquer problema que surgisse, todos nos uniríamos à procura da melhor decisão, e num sistema que permitiria resolver erros rapidamente.
A tecnologia hoje em dia já permite a implementação de um sistema destes sem muita dificuldade, no entanto os obstáculos tem sido de tal ordem que até agora em nenhum sítio tal foi tentado. Porquê ?
Ao longo da história da humanidade, há uma constante, a mudança.
Este sistema actual, está a ser rejeitado e vai mudar, sempre se mudou no passado, o problema é quando. Quem vai beneficiar das mudanças ? nós ou os vindouros ? Em breve vai haver uma revolução tecnológica que vai mudar ainda mais a sociedade, e ainda mais vai desajustar o actual sistema.
Coisas como:
1) - O fim do trabalho
2) - O fim do dinheiro
3) - Tecnologias de expansão da vida
Não sei a vossa opinião, mas eu acho que um sistema de democracia directa garantiria melhor que todos nós possamos colher os frutos da nova revolução tecnológica que vem aí.
A tua ideia não é má. Mas o que idealizamos no papel, talvez na prática não seja como o tínhamos pensado. Por exemplo, penso num assunto que me vem à mente. Vamos supor que estamos nesse sistema de democracia directa. Vamos também imaginar que existem 10 canais de televisão nesse país, onde esse sistema de democracia directa opera. Eu pessoalmente, sou proprietário de 5 desses 10 canais... logo posso influenciar uma grande percentagem da população a votar num assunto que é do meu próprio interesse e favoreça os meus haveres em detrimento do real interesse do povo.
EliminarEsse sistema, pode muito bem funcionar, à condição que seja impedida a acumulação de poder mediático nas mãos de uma mesma pessoa, e mesmo assim, nada impede que certos proprietários de médias se associem para influenciar o voto a ir numa dada direcção. Esse é um real problema, que surge com a tecnologia de hoje e de difícil resolução. Nada estaria ao abrigo de uma manipulação.
Nós notamos por exemplo, muitas falhas na democracia-directa da Suíça, que são devidas precisamente à influência da manipulação mediática. As pessoas parece que não pensam, apenas seguem o que ouvem ou vêm nos meios informativos, e não se dão ao trabalho de parar um segundo para raciocinarem se é do seu próprio interesse seguir o que a maioria segue de olhos fechados.
Isto são mecanismos psicológicos já bem estudados. Os especialistas conhecem muito bem a maneira de manipular a opinião pública num certo sentido em vez de outro. E isto independentemente do sistema de governo.
As melhores ideias, muitas vezes esbarram numa má implementação, mas isso não estraga a ideia.
ResponderEliminarSobre o exemplo, acha portanto que se existirem canais de televisão controlados por poucas pessoas eles podem influenciar a tomada de decisões de quem vê os canais, favorecendo as posições dessas poucas pessoas. Eu concordo, eu também acho que sim, que pode acontecer.
Pode até um certo limite, porque:
1) É difícil influenciar a população na sua totalidade a tomar decisões contrárias aos interesses dela mesma. Numa democracia directa o poder de decisão estaria disperso pela totalidade da população.
2) Seria criado um sistema informático de suporte à decisão com informações relevantes, por exemplo, se quiséssemos fazer uma estrada, terias informações como o custo da estrada, o tráfego a passar nessa estrada, em que outras estradas seria retirado o tráfego e quais melhorariam os congestionamentos, quanto custa a manutenção da estrada, estudos de impacto económico, etc. Este tipo de informações de ajuda a tomada de decisões vão influenciar a tomada de decisão de uma forma positiva, não vão formar uma tendência influênciativa negativa. Por exemplo não vais ser influenciado a fazer a estrada mais cara, porque "alguém" comprou terrenos onde vai passar essa.
3) Há medida que o desemprego tecnológico aumenta, as possibilidades de alguém poder ter e manter cinco canais de televisão e até mesmo um são escassas. Quando grande parte da população não tiver acesso ao trabalho e ao dinheiro, quem vai suportar esse canal de televisão que defende interesses de meia dúzia de indivíduos ? Hoje em dia aparecem também outros tipos de media, como a blogosfera que compete com os canais tradicionais, eu já quase não vejo televisão e não vejo telejornais (só por acidente, com zapping), eu leio blogs para saber de notícias, o meu favorito é o whatreallyhappened. A comunicação social de hoje, não será a mesma da sociedade pós-dinheiro.
"Esse sistema, pode muito bem funcionar"
Gestão de expectativas. Não há sistemas perfeitos, se tivermos expectativas muito altas relativamente às primeiras implementações de um sistema novo, isso não é bom. Vamos encontrar problemas e soluções para eles. O que devemos perguntar é, se o potencial do novo sistema é melhor ?, eu acho que sim. Acho que será muito melhor. O Sistema vai ser perfeito ? Não. Algo perfeito seria tomarmos sempre as melhores decisões, com equilíbrio dos nossos interesses pessoais e colectivos. É impossível tomar SEMPRE as melhores decisões num sistema de democracia directa, mas a taxa de acerto seria bastante elevada e os erros seriam corrigidos mais rápido. Para haver perfeição, terias de dar todas as decisões a inteligências artificiais muito bem programadas (sem códigos maliciosos manipulativos). E há perigos nisto, especialmente o perigo de perder a liberdade de decidir. Não recomendo fazer AI´s que decidam por nós, especialmente porque nós ainda não temos experiência em lidar com tais coisas. Pode facilmente haver conflitos entre tomar a melhor decisão e a vontade da espécie, por exemplo as inteligências artificiais podem concluir que colonizar Vênus é melhor que colonizar Marte, mas podemos decidir que gostamos mais de Marte, porque sim. Aliás penso que um sistema de democracia directa evoluiria muito em um século para algo que não imaginamos agora.
"Nada estaria ao abrigo de uma manipulação."
Estaria não, nada está. Nada está ao abrigo de manipulações.
Por isso que tens de ter sistemas de informação relevantes e reduzir a motivação para manipulações. Mas isso de tentativas de manipulação existirá sempre em qualquer sistema, a menos que retires a influência humana do processo de decisão, e isso acarreta outros perigos. Será que o benefício de teres IA´s a mandar compensa ? Se as nossas expectativas são a perfeição, a coisa vai correr mal, não é bastante ter um sistema muito melhor ?
"muitas falhas na democracia-directa da Suíça"
ResponderEliminarNão me admira, mas acho aquilo um sistema semi-directo, eu não gosto lá muito do sistema deles, na minha opinião faltam muitas coisas para que possa funcionar como eu acho que deveria. Sempre esperei que falhasse.
Mas isso é normal, será talvez a primeira tentativa nos tempos modernos de mudar um bocadinho o actual sistema, será preciso melhorar e retirar os erros. Agora, a questão é ?, será que isso vai acontecer, ou vai-se desistir ? Os primeiros carros que o homem fez, também eram péssimos, mas os de hoje são melhorzitos, se não melhorassem os carros, ainda andávamos a cavalo. O carro é melhor que o cavalo ?, eu acho que sim, mas só para andar, pois eu adoro cavalos.
"As pessoas parece que não pensam, apenas seguem o que ouvem"
Porquê isto acontece ? será que este tipo de comportamento existe porque em muitos não há percepção de que algo que possam fazer não tem influência real nas decisões ? e deixam andar por isso ? Bem, se alguém não quer saber dos assuntos da sociedade, e facilmente se deixa ser influenciado, o resultado desse comportamento será muito provavelmente que essa pessoa será escravizada no sentido de ser obrigada a fazer coisas contra os seus interesses. Mas contra isto pouco se pode fazer, se eu fizer coisas contra mim próprio, vou ter consequências, isso é a lei da natureza.
"Os especialistas conhecem muito bem a maneira de manipular a opinião pública num certo sentido em vez de outro. E isto independentemente do sistema de governo."
É verdade, há maneiras de manipular e sempre haverá, agora o desafio é reduzir ao máximo as possibilidades de manipular decisões. Há sistemas de governo devido à própria estrutura do mesmo que são mais permeáveis a manipulações, mas claro que tentativas dessas vão existir sempre, mesmo num sistema de democracia directa. Será é mais difícil e haverá menos interesse para o fazer. E também se o problema persistir de forma incomodativa, não será difícil matutar algumas medidas para reduzir manipulações do sistema.
Se não mudarmos o sistema, o que acontecerá ?
O que acontecerá quando houver inteligências artificiais capazes de fazer melhor o que nós fazemos, e os humanos não forem mais precisos para fazer os trabalhos necessários ? se o sistema continuar o mesmo ? já não falta muito tempo para que isso aconteça, 20 anos ?, 30 anos ?, mais ? duvido que seja mais. Grande parte de nós vai ver isso.
E tem outros personagens tipicamente brancos virando a cor ... rs
ResponderEliminar---------------------------------------------
Salazar e a neutralidade Portuguesa durante a 2ª Grande Guerra
Aqui fica mais um texto bem elucidativo das dificuldades de Salazar em lidar com os problemas adjacentes à segunda guerra mundial, diga-se de passagem um super diplomata, que conseguiu manter a nossa neutralidade contra todas as probabilidades no xadrez mundial.
Salazar pressente que os americanos podem resolver usar a força. E na noite de 8 para 9 de Janeiro de 1944, às duas da madrugada, chama Campbell: faz-lhe uma comunicação sóbria, é breve, incisivo: e com simplicidade informa o embaixador de que acaba de dar instruções ao comando português nos Açores para atacar as forças americanas, até ao extremo limite dos meios militares disponíveis, se aquelas procurarem desembarcar. Não tem Campbell dúvidas sobre a decisão de Salazar, e transmite a Londres a sua ansiedade.
(...)
http://omarxismocultural.blogspot.com.br/2016/09/salazar-e-neutralidade-portuguesa.html
Cobalto