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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

As origens judaicas da Inglaterra multicultural (2ª parte)

Continuação da 1ª parte

As vagas de negros da Jamaica

Na prática, o Empire Windrush torna-se propriedade judaica graças ao Ministro judeu da Guerra, e recebeu do Ministro judeu dos Transportes a luz verde para aumentar os lucros, trazendo os primeiros não-europeus para a Grande-Bretanha, antes que um jornal detido por judeus forneceça os exércitos de passageiros ansiosos. Apesar desses factos, uma história muito diferente surgiu após a chegada do navio. Pollard escreveu "com os anos que se seguiram à chegada do Empire Windrush (...) criou-se o mito de que o governo britânico foi responsável por trazer esses passageiros como parte de um plano concertado para resolver a escassez de mão-de-obra. (...) Mas é falso. A reacção dos Ministros mostra que eles ficaram tão surpresos quanto o público quando aprenderam o que se preparava num telegrama do 11 de Maio enviado pelo governador por interim em exercício da Jamaica". [13]

Este mito foi útil porque ele reconhecia a natureza antidemocrática do evento, enquanto desviava as culpas para bem longe dos líderes  responsáveis - os judeus do Ministério dos Transportes e do sector de transporte marítimo. É interessante notar que uma vez os contratos atribuídos e o processo lançado, Nathan Harry calmamente deixou o seu posto em 31 de Maio Desde então, e até á minha própria pesquisa, Nathan incrivelmente escapou à atenção dos pesquisadores e jornalistas.

O governo trabalhista ficara desorientado após a chegada do Empire Windrush. Ele agarra-se á ideia utópica de que poderia atrasar a desintegração do Império em defendendo a "tradição" segundo a qual os membros das colónias deviam ser "livremente admitidos no Reino Unido." [14] O estricto respeito acordado pelo Conselho de Ministros a este protocolo, que estava bem estabelecido, mas não tinha efeito prático até então, poderia ter sido influenciado em parte pela interpretação que se lhe tinha dado sobre as leis de imigração existentes.

O trabalho de interpretação das leis em curso á intenção da Coroa e do Gabinete era da responsabilidade do Solicitador-Geral - um papel que estava sob a alçada desde 1945 por outro judeu, Frank Soskice. Como observei num precedente ensaio, Soskice mais tarde viria a iniciar o primeiro caso britânico de legislação que proibiria a "difamação de grupo". Soskice era  filho de um revolucionário judio-russo exilado. Foi ele que "elaborou o projecto de lei" e "conduz em 1965 a passagem no Parlamento da primeira lei sobre as relações inter-raciais" (Race Relations Act). Esta lei "destinava-se a proibir a discriminação racial nos locais públicos."
« Um grave aspecto da Lei de 1965 é que ela criou o "Race Relations Board" (NdT- organismo de relações raciais) e deu-lhe o poder de patrocinar investigações para observar as relações raciais na Grã-Bretanha, para que a legislação pudesse em caso de necessidade ser estendida ainda mais longe, com base nas "descobertas" feitas. Escusado será dizer que Soskice teria tomado todo o cuidado de reprimir, com o reforço de um grande palavreado jurídico, qualquer reacção "racista" dos Ministros sobre a chegada do Empire Windrush e futuros fluxos de imigrantes negros navegando em navios judeus.

Foi Soskice que informou Arthur Creech Jones, o anti-imigracionsita Ministro do Trabalho, que nem a Jamaica nem o governo britânico tinha qualquer poder legal, em tempo de paz, de impedir o desembarque em Tilbury do Empire Windrush. Foi assim que o velho Monte Rosa, símbolo anteriormente triunfante da "Força através da Alegria", despejou os seus passageiros sobre o Tamisa, no quadro de uma nova iniciativa: "Destruição através da Diversidade". Ele foi rapidamente seguido por muitos outros navios de transporte de tropas, como o navio Orbita, carregados de imigrantes de cor, cheirando a "vómito e urina." » [15]
Foi somente durante o governo de Churchill que alguma reflexão teve lugar sobre as implicações a longo prazo do que tinha começado, Sir Norman Brook registou um comentário de Churchill:
« Surgirão problemas se muitas pessoas de cor se estabelecerem aqui. Devemos nós preocuparmo-nos com problemas de cor no Reino Unido? É a atracção do Estado-Providência. A opinião pública do Reino Unido não vai tolerar isso quando certos limites forem ultrapassados. » [16]
Mas já era tarde demais. Ao longo da década seguinte, a imigração negra aumenta de forma espectacular. Entre 1948 e 1952, cerca de 2.000 negros entraram na Grande-Bretanha a cada ano. Em 1957, o número atingiu 42.000. As investigações governamentais sobre esta nova população revelaram que a ideia de que os negros ajudavam a colmatar uma escassez de mão-de-obra foi um grande erro. Num relatório, concluído em Dezembro de 1953, responsáveis da administração declaravam que a nova população encontrou dificuldades para encontrar emprego não por causa do preconceito dos brancos, mas porque os recém-chegados tinham uma "fraca productividade" e que suas vidas profissionais eram marcadas pela "irresponsabilidade, busca de querelas, e falta de disciplina". As mulheres negras eram "mentalmente lentas", e os homens negros eram "de temperamento mais instável do que os trabalhadores brancos... mais inclinados para a violência... com falta de tenacidade", e geralmente "abaixo das normas exigidas pelos empregadores britânicos." [17]

O colapso racial do Reino-Unido

Ainda pior, já se notava o estabelecimento de formas distinctas de problemas sociais e de criminalidade anunciavam o que viria a seguir. Em 1954, o Ministro do Interior David Maxwell Fyfe comunica ao gabinete um memorando secreto sobre os negros que prostituíam mulheres brancas. O relatório afirma: "Os números que tenham obtido da polícia metropolitana mostram claramente que o número de homens negros condenados por esse crime está fora de proporção com o número de homens negros em Londres." [18] Três meses mais tarde, ele escreve novamente ao gabinete e insiste sobre o ponto de que um "grande número de pessoas de cor vivia da assistência pública ou dos rendimentos de prostitutas brancas". [19] Mesmo se os famosos distúrbios raciais de Notting Hill em 1958 serviram para apresentar os negros como victimas e a encorajar uma reacção negra contra a "opressão" dos brancos, os motins foram na realidade o momento mais forte da reacção dos brancos contra a criminalidade negra e a mestiçagem. Anteriormente, em 1958, a Sociedade de Eugenia, agora renomeada Galton Institute, tinha alertado repetidamente que o cruzamento de raças que começou a ocorrer na Grande-Bretanha "era contrário ao curso normal da evolução humana" e atacou a ONU que subestimava as "diferenças óbvias entre as populações e os indivíduos." [20]

Os motins de Notting Hill, uma década após a chegada do Empire Windrush, ocorreram após uma noite de Agosto onde jovens europeus se interpuseram numa disputa entre uma prostituta sueca e seu "marido" negro Raymond Morrison. Uma briga irrompeu entre os jovens e os amigos Morrison. No dia seguinte, vários jovens brancos agrediram verbalmente a sueca e acusaram-na de ser "a prostituta de um negro". Em seguida, eles reuniram entre três a quatro centenas de camaradas para começar uma violenta manifestação contra a criminalidade negra, o que procvocou seis dias e seis noites de guerra inter-etnica quase em continuo.

Este período foi uma das mais belas oportunidades para a Grande-Bretanha de reverter o vapor e acabar com a imigração. Mas, como já documentei antes, foi nesta mesma época que começou a impostura da lei sobre as "relações raciais", graças aos esforços de um exército de advogados judeus não eleitos. A liberdade de expressão encontrara-se sufocada, e com isso, qualquer possibilidade de resistência eficaz dos brancos.

Depois de ter pegado fogo durante uma viagem, o Empire Windrush afunda-se ao largo da costa da Argélia em 1954. Ele iria deixar uma marca duradoura. Os liberais e as elites ligadas ao marxismo-cultural deram o nome de "Windrush Square" a um espaço público de Brixton, em Londres, para comemorar o 50º aniversário do seu desembarcamento. Este navio também figurava na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, e o seu leme repescado repousa como uma relíquia oferta á veneração nos escritórios da Universidade de Milton Keynes.

Penso no entanto que o Empire Windrush deixou alguns traços mais tangíveis. No ano passado, o jamaicano Lloyd Byfield introduziu-se por arrombamento no apartamento da londrina Leighann Duffy depois de ela ter rejeitado os seus avanços. Armado com um martelo e uma faca, ele esfaqueou-a 14 vezes em frente á sua filha de seis anos. O que torna este crime brutal ainda mais repugnante é que Byfield era um imigrante ilegal que já tinha cumprido 30 semanas de prisão após ter atacado uma mulher branca com um escopo. Uma ordem de expulsão tinha sido redigida no quadro desta condenação, mas nunca foi executada, porque a Grande-Bretanha continua a ser tão apática em relação ás questões de raça e imigração como o era em Maio 1948.

As crianças britânicas órfãs, violadas ou assassinadas, são o verdadeiro preço desta viagem fatídica do Empire Windrush, e são a imagem mais justa. Mas espera-se que a mecânica dessa viagem, seja agora um pouco melhor conhecida.

 Fonte:  theoccidentalobserver Autor: Andrew Joyce

[13] Pollard, p.5.
[14] Pollard, p.8.
[15] I. Thomson, The Dead Yard: Tales of Modern Jamaica (Faber & Faber, 2009), p.53.
[16] Pollard, p.13.
[17] K. Paul, Whitewashing Britain: Race and Citizenship in the Postwar Era (Cornell University Press, 1997), p.134.
[18] J. Procter, Writing Black Britain, 1948-1998: An Interdisciplinary Anthology (Manchester University Press, 2000), p.71.
[19] Ibid.
[20] Ibid.

1 comentário:

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