Jacques Sapir
“Momento Nacional”. 11 de Fevereiro 2015
A delegação Grega
é esperada esta quarta-feira 11 de Fevereiro para uma reunião com
os Ministros das Finanças da zona Euro. Quinta-feira 12, será a vez
dos chefes de governo se reunirem. Os rumores se espalham sobre o que
Atenas poderia –ou não poderia- aceitar. Sabemos que o Ministro
das Finanças da Alemanha declarou que o programa existente devia ser
aplicado, o que rejeita categoricamente o Governo Grego. Quaisquer
que sejam os resultados desta negociação, há uma coisa que
visivelmente não foi tomada em conta por todos esses dirigentes
europeus confinados na austeridade alemã: é o retorno do sentimento
nacional.
A
luta contra a Troika como uma luta de independência nacional.
Podemos
constatar em todas as declarações feitas desde o 25 de Fevereiro à
noite pelos novos eleitos gregos, e em particular por Alexis Tsipras
e seu Ministro das Finanças, Yanis Varoufakis: a luta contra a
“troika”, essa mistura de FMI, de Banco Central Europeu e
Comissão Europeia, é veiculada como uma luta de independência
nacional. A declaração feita por Yanis Varoufakis em 20 de
Fevereiro, ou seja antes da eleição, o demonstra. Ele faz uma
comparação clara entre a rejeição dos planos de austeridade
impostos à Grécia e o que ele chama de “espírito do 28 de
Outubro” : «O verdadeiro défice da Grécia, é um défice de
dignidade. É por causa dessa falta de dignidade que nós aceitamos
medidas estúpidas e isso alimentou um circulo vicioso de indignidade
que, ela mesmo, conforta o descontentamento, o medo e o
ressentimento. Tudo isto não está bem. Nós devemos reencontrar
nossa dignidade, o espírito que, no 28 de Outubro de 1940 nos fez
dizer “não” ao ultimato da Itália de Mussolini. Nesse momento,
nós também não tínhamos nenhuns meios para dizer “não” e
portanto nós o fizemos».
Imaginemos
um Ministro das Finanças francês (ndt: ou “português” para o
nosso caso) comparando a sua politica, se ela estivesse em ruptura
com a politica da União Europeia, clamando pelo 18 Junho (ndt: ou
“25 de Abril” para nós). Pois é disto que se trata. O Governo
Grego tinha recebido da Itália de Mussolini um ultimato. Ele o
rejeita e escolhe, apesar da diferença de forças aparentemente
desfavorável, a opção de guerra. Assim, os Militares gregos
retiveram as tropas italianas até à intervenção da Alemanha nazi.
Para os Gregos, o 28 de Outubro é o equivalente do nosso 18 Junho
(ndt: nosso 25 de Abril). Este é o nível de confrontação que o
governo grego parece estar pronto. Isso justifica a aliança entre o
SYRIZA e o partido de direita “anti-memorando” o AN.EL (os
“Gregos Independentes”). Este acordo não é nenhuma “aliança
devido ao azar” como afirmam certos jornalistas. É um verdadeiro
acordo patriótico destinado a unir as forças existentes num combate
para a dignidade do povo grego.
Ndt: o texto não foi traduzido na sua integralidade. Tradução: Gang da Ervilha
Há algum politico português que se digne de falar como este Homem ? Vamos ver se este Yanis Varoufakis atende os desejos da Nação que depositou confiança no Syriza... pessoalmente, duvido muito. Mas cá estaremos para ver.
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