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terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sobre a falsa democracia e a questão do voto.

Muitos clamam aos quatro cantos de Portugal, que se não se votar, não se castigará assim os corruptos que desde o 25 de Abril se mantêm no poder e que portanto todos os abstencionistas e aqueles que votam nulo ou branco, nada mais fazem que ajudar a manter esses corruptos no poder devido á falta de punição que os votos poderiam proporcionar.

Os abstencionistas, nulos e brancos, por seu lado afirmam que se esses corruptos ainda estão no poder, é graças aos votos de quem votou neles, pois jamais poderiam ter acedido ao poder sem essa força de voto.

Os adeptos do voto então argumentam que para punir os corruptos, é necessário depositar a confiança num partido que nunca esteve no poder, pois seria o meio democraticamente mais eficaz para fazer saltar os corruptos da cadeira do poder.

O abstencionista responde então que tais argumentos são inválidos e dá como exemplo mais recente o caso do Syriza, um pequeno partido que nunca estivera antes no poder, que no fim acabou por ser o autor de uma traição sem precedentes na história da "democracia moderna". Sendo assim, o argumento de punir os partidos do poder através do voto num pequeno partido parece ser tão inútil como votar num partido de corruptos.

A verdade é que mesmo que não se deva generalizar tal feito a todos os pequenos partidos, mesmo assim não é seguramente algo que possa garantir a soberana vontade dos cidadãos.

Pessoalmente, estou convencido que este tipo de argumentos e contra-argumentos de uns e outros é apenas o fumo que na realidade esconde o fogo, seja, é apenas o efeito de uma causa. Assim convencido, melhor seria estudar a causa ao invés de seus efeitos, pois certamente aí reside o problema. E nós como cidadãos, passamos nosso tempo em querelas do tipo votas ou não votas que é precisamente o que o sistema deseja e fomenta!

Mas afinal o que é o voto ? "Um acto democrático!", responde a maioria. Sendo que o voto é um acto democrático, então isso significa que vivemos numa "democracia". Mas agora, afinal o que é essa coisa de "democracia" ? É o poder exercido pelo povo! Pois, pois, o poder exercido pelo povo... mas em que parte do mundo o poder é exercido e administrado pelo povo ? Eis aqui a essência do problema, sem deixar de realçar, que talvez a única excepção, pelo menos a mais conhecida, seja o caso da Suíça, em que realmente o povo ainda controla uma boa parte dos destinos da Nação.

Vejamos então se realmente vivemos numa democracia...

Alain Cotta, professor em ciências económicas e membro da Comissão Trilateral, numa entrevista dada a uma rádio, afirma o seguinte : " A oligarquia não me parece ser algo inquietante mas parece-me ao contrário ser o governo natural dos homens em comunidade [...] penso que cada vez mais, efectivamente as 4 categorias de indivíduos que compõem esses 1%, exercem o poder naquilo a que se chama de "democracia", que é uma espécie de ilusão que nos faz prazer, porque nós preferimos dizer todas as manhãs que temos alguns poderes sobre as decisões colectivas e que vivemos em democracia ao invés de uma oligarquia."

Este senhor afirma que vivemos numa ilusão de democracia, pois na realidade o sistema de governo é uma oligarquia. O poder exercido por alguns, para proveito de alguns e segundo a vontade de alguns. O povo assim está fora de qualquer tomada de decisão, para não ficarem descontentes então apenas lhes é dada a opção de voto de X em X anos, voto esse condicionado aos partidos que lhe são propostos para escolha. Daí se dar razão aos abstencionistas, pois suas recusas em votar demonstram claramente o descontentamento destes nas escolhas que lhes são impostas pelo sistema e a intima convicção de que nada mudará vote-se em quem se votar. É uma escolha limitada, e sendo limitada a tal e tal partido, não releva de um acto democrático mas sim de uma imposição e o de fomentar a ilusão de uma escolha democrática.

Longe de ser um sistema perfeito, Churchill dizia que a democracia era o sistema de governo do qual se entendia "ser o menos pior dentre os piores". A realidade é que desde os tempos da antiga Grécia, o sentido até então compreendido por Platão e seguidamente durante mais de 2 mil anos, tinha mudado drasticamente desde então. Daí a famosa frase de Churchill. O professor Francis Dupuis-Déry, analisa bem ao longo dos séculos a definição  da palavra democracia e sua deturpação de sentido a partir da revolução americana e francesa e o feito pouco conhecido através da análise de escritos históricos, de que todos os ditos pais da democracia sem excepção, na realidade não poderiam ser mais antidemocráticos.

Nós cidadãos, devemos então pôr a seguinte questão: poderia seja qual for a forma de democracia, ter tido origem a partir de dirigentes antidemocráticos ?

O humanista Étienne de la Boétie já no séc.16 considerava que existiam três tipos de tiranos, dos quais aquele que é "eleito". Designava então este como o pior dos tiranos.

O professor Etienne Chouard, dá algumas pistas para explicar a impotência do povo face a todo este sistema, tal impotência está em efeito inscrita na Constituição de cada País. Uma frase deste que ficou muito célebre demonstra perfeitamente o caso: "Porque não é aos homens no poder de escrever as regras do poder." Frase de um amplo significado se tivermos em conta de que se é dada a tarefa a um homem no poder de escrever as suas próprias regras de poder tais como leis e constituição, o resultado obtido terá sempre tendência a desfavorecer os cidadãos tudo em favorecendo os homens no poder. Assim infelizmente aconteceu com a Constituição Portuguesa. Como remédio, Chouard preconiza que deve ser o povo a eleger uma Assembleia Constituinte através de uma tiragem á sorte, evitando-se assim influências exteriores de possíveis elites financeiras ou lobbyes, essa Assembleia estaria encarregada de escrever a Constituição e assim gravar na mesma os limites, restrições e controlo ao poder exercido pelos futuros eleitos. Eleitos estes que dirigiriam as instituições do País, num muito curto espaço de tempo, promovendo-se a rotação rápida tentando assim evitar que se agarrassem ao poder e que se crie um ambiente propicio á corrupção e compadrio.

Os especialistas em manipulação mental de massas, os professores Marco Luna e Paolo Cioni, provam que a sociedade é gerida do alto (oligarquia política) e não do baixo (cidadãos), do exterior (oligarquia financeira) e não do interior (oligarquia política). Indo mais longe, sobre a dita "democracia representativa" escrevem o seguinte : "Quando entramos numa sala de voto e votamos num candidato político - é a democracia representativa - esse nome, não fomos nós que o escolhemos, mas sim os secretariados dos partidos que nos sopraram esse nome á orelha, e de facto, uma vez eleitos, serão apenas uma das muitas marionetas ao serviço do poder económico e irão responder apenas a este último, não aos eleitores! Apesar disso, acreditamos que as eleições são a expressão da democracia."

Ainda sobre o voto do eleitor, é dito o seguinte: "As pesquisas em psicologia mostraram que o fundamento mesmo da legitimação do poder político através do voto democrático é um comportamento totalmente irracional, é o produto de factores psíquicos irracionais e subconscientes, e que o sentido jurídico de uma suposta vontade popular não pode ser atribuída á palavra "voto" que através de uma ficção jurídica. As eleições são essencialmente um instrumento de "fazer crer", de ilusão, para criar a opinião legitimada, ou para criar uma falsa percepção popular..."

Muito estes especialistas em manipulação de massas dizem sobre o assunto, obviamente não é possível relatar tudo aqui.

Concluindo, a oligarquia prima em todas as circunstâncias sobre as necessidades dos cidadãos. Tais coisas são evidentemente ocultadas expressamente aos cidadãos pela elite oligárquica que tudo fará para conservar o poder e se beneficiarem assim mutuamente, tudo em esquecendo os cidadãos aos quais se oferece o direito ao voto...e o povo assim está contente. Porque ele mesmo crê viver numa maravilhosa democracia.

Ora se nem sequer vivemos numa democracia, então o que nos legitima a votar ? Esta é a razão pela qual nunca votei, não votarei e nem tampouco faço intenções de saber o que é um boletim de voto. Possível que talvez faça uma excepção ao Paulo Morais, no sentido único de ser um contra-peso á oligarquia, de lhes dificultar a vida, porque apesar de tudo, não acredito que o Paulo Morais possa mudar seja o que for apesar das suas boas intenções e sinceridade.

Numa segunda parte, tentarei brevemente expor as várias soluções ao problema da nossa falsa democracia.

Autor: Gang2 Ervilha

21 comentários:

  1. Votar ou não votar ?

    Votar, mas votar em assuntos e não em “representantes”. Não voto em partidos políticos (nem nunca votarei), e não acredito que o sistema atual possa ser mudado por dentro.

    Nada no atual sistema me garante que se votasse em partidos políticos alternativos, eles me representariam ou cumpririam promessas eleitorais, nem que a estrutura de poder desse partido não seria cooptada para defender outros interesses assim que o partido crescesse.

    Para quê a existência de um intermediário que tem o poder de decidir quais os assuntos são votados (muito importante) e que tem o poder de votar nesses assuntos ? não é nada eficaz. Com a nossa tecnologia atual podemos criar um parlamento virtual, e permitir que a população possa propor ela própria quais os assuntos a votar, e votar neles, e ir corrigindo o voto.

    Na antiga Atenas quando foi criada a democracia, não eram só os votos que contavam, mas também contava decidir quais os assuntos importantes a serem votados. Foi criado um grupo de pessoas, a “Bulé” que perguntava ao povo, quais os assuntos que seriam discutidos e votados. É que omitindo a votação em certos assuntos, pode-se conseguir que a coisa fique na mesma.

    Há pessoas que dizem, “muitos não tem computador, por isso não vão poder votar”, mas há tantas soluções para isso, com um cartão de identificação com um chip e uma ligação usb, poderia-se com pequenas modificações no telemóvel, votar por telefone. Quase todos tem acesso a um telemóvel.

    Outras pessoas podem dizer... mas se todos poderem propor leis, vai ser uma confusão.
    Nada disso. Podemos criar um sistema onde isso seja bem fácil, por exemplo, se eu quisesse propor uma lei, teria uma forma para o fazer, onde teria de explicar o conteúdo da lei, a sua orçamentação, teria de seguir umas regras determinadas por um formulário eletrónico e se tivesse por exemplo 50.000 pessoas a concordar com o proposto a lei seguiria para o parlamento virtual, para votação.
    Se tivesse menos que isso, teria de melhorar a minha proposta, para que pudesse ter as aprovações necessárias. Se a lei chegasse ao parlamento virtual, teria também de superar um número mínimo de votos para que pudesse ser aprovada. É claro que esse número mínimo de votos, teria de superar possíveis votos negativos. Ou seja, funcionaria de forma semelhante a um parlamento, só que em vez de deputados, seriam os cidadãos de forma virtual a exercer as decisões.

    A estrutura do governo, não desapareceria com este novo sistema, mas só seria utilizada para implementar as decisões. Assim o poder estaria efetivamente nas mãos do povo.

    Outro problema do atual sistema é que o mudar de ideia é penalizado, por exemplo se eu achar que escolhi mal o meu representante, tenho de esperar quatro anos para corrigir o voto !, e em quatro anos muitas coisas más podem acontecer. Se houver um parlamento virtual, o meu voto pode estar registado num assunto e um minuto depois já o posso mudar, posso corrigir. E o intermediário é eliminado.

    (continua)

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    1. Na realidade existem vários sistemas de democracia directa, quero dizer antes, vários meios de a exercer. Mas os nossos políticos fogem como o diabo foge da cruz quando ouvem falar sobre tal. Essas escórias de elites, esses conglomerados de advogados corruptos e afins, designam os cidadãos como irracionais, brutos, terroristas e mais e mais. Martelaram-nos desde a infância, na aprendizagem escolar, a palavra "democracia" na cabeça. Deve ser esta uma das razões, senão a principal, pelas quais nós nem nos damos conta de na realidade vivermos numa tirania. Não através da força, mas pela eleição. É incrível como tantas pessoas ignorantes ainda falam em ir votar, castigar os corruptos com o voto, como se tal coisa fosse mudar seja o que for. Aí no fim do artigo, o Saramago explica bem quem é que afinal manda no País.

      Aliás amigo, se te deres conta, qual é o partido, seja pequeno ou grande, que fale em "democracia directa" ? Nenhum! Basta ler as Declarações de Principio de cada partido. Portanto nenhum deles deseja mudar este sistema, apenas querem pôr a mão na massa e enriquecerem-se. Mesmo se alguns falam em "democracia participativa", é apenas um golpe para amassar eleitores, pois sabem bem que a democracia participativa tem os seus limites. Temos por exemplo os "orçamentos" votados através de "democracia participativa". Mas os oligarcas, aristocratas, ou lá o que se lhes deseje chamar, salvo democratas, apenas remetem uns 10% do orçamento a ser votado pelos cidadãos. E os outros 90% do orçamento ? É a parte do bolo a que as elites corruptas amealham para favorecer os compadrio. Isso de "democracia participativa" que muitos partidos falam, é um autêntico engano. Claro que os cidadãos participam um pouco mais, mas não muda no seu essencial seja o que for. Tudo continuará na mesma.

      O não votar, é a forma mais sensata de desacreditar o sistema, informar as pessoas do que realmente é uma democracia verdadeira. E pessoalmente acho que isto só mudará enforcando todos esses corruptos um por um, para que os próximos pensem três vezes antes de porem a mão na massa.

      Quanto a essas criticas que os corruptos fazem á "democracia directa" são apenas falácias que não têm por onde se pegue. Não são esses mesmos que criticam que muito valorizam a "igualdade" para todos ? Então deve-se lhes perguntar porque razão um varredor de ruas não poderia ter o direito a se exprimir sobre um tal assunto! Então somos todos iguais ou não somos ? Temos todos os mesmos direitos ou não temos ? Mas porque razão um camelo de político teria mais direito e mais sabedoria para se pronunciar sobre seja o que for ? Quer dizer, somos todos iguais, mas os políticos são ainda mais iguais que os outros. Muito haveria a dizer sobre essa treta da "igualdade", mas não se trata disso agora.

      De qualquer das maneiras fico contente que muitos como nós já abriram os olhos. É preciso informar as pessoas. Com o tempo, uma mudança terá de surgir. Não vejo outra solução que não seja uma revolução. Mas primeiro, é essencial informar.

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    2. @Gang2 Ervilha
      Resposta ao comentário de 26 de agosto de 2015 às 20:04

      “ vários meios de a exercer. Mas os nossos políticos fogem como o diabo foge da cruz quando ouvem falar sobre tal.”

      Sim, existem várias propostas de como implementar uma democracia direta, e de certa forma quando se implementar um sistema desses, a primeira versão não será a versão final, o sistema irá melhorando com o tempo, até porque este sistema depende muito de tecnologia para a participação dos cidadãos e a tecnologia vai evoluindo.

      “Martelaram-nos desde a infância, na aprendizagem escolar, a palavra "democracia" na cabeça.”

      Já agora, eu detesto como o nosso sistema de ensino funciona, a sensação que tenho é que o sistema quer como ter resultado final, trabalhadores obedientes. E eu gostava de ter criativos com uma moral elevada. O lado esquerdo do cérebro é super estimulado no nosso sistema de ensino, o nosso ensino não é holístico e deveria ser. Deviam ser os alunos a escolher o seu curriculum, e não devia haver anos escolares, mas sim módulos a completar, para que os melhores alunos não fiquem presos em níveis inferiores e ficarem frustrados. E acho que as escolas deveriam ter seguranças e câmaras como nas prisões, já que existem muitos problemas de “bullying”, acho que se um jovem tem idade para fazer “bullying”, também tem idade para ser punido como um adulto que faz agressões. Também não concordo com o ensino obrigatório, forçar alguém a estudar não funciona, só deveria ir estudar pessoas motivadas para isso. Não há espaço no mercado de trabalho para milhares de pessoas talentosas, haverá para pessoas forçadas a estudar ? acho que não. Faz tanto sentido forçar a estudar, como forçar a trabalhar, não dá muito resultado.

      “...nós nem nos damos conta de na realidade vivermos numa tirania.”
      A melhor prisão é aquela onde o prisioneiro não vê as correntes.

      “...castigar os corruptos com o voto”

      Deve-se castigar é com penas de prisão e multas e na minha opinião até com pena de morte caso os seus atos de corrupção causem a morte de outros, direta ou indiretamente. Castigar com votos ? mas isso faz o quê ?

      [SITUAÇÃO IMAGINÁRIA]

      Já estou a ver a coisa... imaginem o “castigador do voto” a falar com o corrupto:

      Castigador: O senhor beneficiou certas empresas em um bilhão de euros, e recebeu 200 milhões por isso. Alguns cidadãos suicidaram-se porque perderam o emprego por esse dinheiro ter saído da economia, e há menos dinheiro para os hospitais. Agora vai ser “punido pelo voto” muhahahahahahah, eu vou votar em outro que não sei se vai fazer o mesmo.

      Corrupto: Não faz mal, comprei uma mansão na praia, no Brasil e vou para lá gozar o dinheiro que coloquei na offfshore, já agora não esqueças de votar no meu primo, que eu estou a financiar a campanha dele, a ver se sacamos mais uns milhões aos otários...

      [FIM DA SITUAÇÃO IMAGINÁRIA]

      (continua)

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    3. “ qual é o partido, seja pequeno ou grande, que fale em "democracia directa" ? Nenhum!”
      “...nenhum deles deseja mudar este sistema”

      Faz sentido que seja nenhum, uma democracia direta ser for implementada tornará obsoleta a existência de partidos políticos, por isso o que podem fazer é falar de democracia semi-direta, que é pouco mais que democracia representativa com outro nome.
      É interessante, em vez de mudarem a coisa, mudam o nome, funcionou no passado, tenta-se de novo. Por isso que os movimentos que querem uma democracia direta chamam-se movimentos e não partidos.

      “O não votar, é a forma mais sensata de desacreditar o sistema”

      Não é preciso desacreditar, muitos já não acreditam.
      Na minha opinião, a recusa maciça da população em participar no sistema, é uma forma de resistência pacifica ao mesmo. Um dia, (espero eu) haverá tanta gente a não participar que haverá massa critica para mudar o sistema. É claro que há sempre pessoas que irão votar, as que beneficiam do sistema como está.

      “Não são esses mesmos que criticam que muito valorizam a "igualdade" para todos ? Então deve-se lhes perguntar porque razão um varredor de ruas não poderia ter o direito a se exprimir sobre um tal assunto! Então somos todos iguais ou não somos ?”

      Há pessoas que valorizam as coisas quando lhe dão jeito, e desvalorizam as coisas quando estas não dão jeito. Isto diz muito sobre a sua moralidade. Não existe “igualdade” entre as pessoas, porque existem diferenças morais. Faço a pergunta, alguém que te faz mal, ou te rouba, é teu igual ? claro que não. Essa pessoa é teu inferior, não tem a tua moral. O homem superior é o homem moral, o homem bom.

      “ Temos todos os mesmos direitos ou não temos ? “
      Só se for em teoria, pois na prática quem tem dinheiro...

      Já agora, ainda sobre o comunismo, deixo aqui mais uma expressão que está carregada de conceitos, eu estava a pensar em escrever quando comentei o outro comentário, mas esqueci. É a “Economia planificada.” Há pessoas que dizem que os países comunistas tem economia planificada e que os outros não tem !?, isto parte-me a cabeça a rir. Só pode ser brincadeira de pessoal que é bom a recitar cassetes, mas é mau em observar a realidade, quase tudo é planificado (pode ser bem planificado ou mal planificado, isso sim). Todas as empresas de topo e todos os governos conscientes fazem planos e estudos. A planificação estratégica é uma técnica de gestão amplamente utilizada em todas as sociedades e assim deve ser. Não se deve criticar o planeamento estratégico, mas sim o MAU planeamento estratégico, a menos que queiram destruir uma das melhores áreas da gestão.

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  2. (continuação)

    Uma das críticas à democracia direta, é dizerem que muitas decisões seriam tomadas por pessoas que não tem informações sobre os assuntos. Que é preferível ter lá pessoas “especiais”, com grande sabedoria para decidir por nós. O que digo a isso é que um parlamento virtual teria, e que seria bom ter, um apoio informático às decisões, por exemplo nas melhores corporações deste mundo, as chefias antes de tomarem decisões recorrem a muitos sistemas informáticos de apoio. Não se chega a decisões sem antes se recolher toda a informação possível de recolha que seja considerada relevante. Por exemplo, antes de decidirmos fazer uma ponte, o sistema de informação daria “toneladas” de informações úteis, por exemplo qual o tráfego provável dos vários sítios considerados para a ponte, quais os custos de construção, quais os custos de manutenção, o impacto ambiental, etc

    Para além disso, acho que a sabedoria dessas “pessoas especiais” é super valorizada pelas pessoas que colocam essa questão. Essas pessoas não sabem tudo, não há “tudólogos”, as pessoas decidem, pela qualidade da informação que tem versus os seus interesses pessoais e interesses colectivos.

    As pessoas que são afetadas por um determinado problema, ou praticam ou certa atividade, sabem dela melhor, sabem os pormenores que dão à informação que apoia a decisão, a tal qualidade que faz tomar a decisão mais correta. E este sistema daria a chance a essas pessoas, de passar essa informação, ajudando à solução do problema.

    Outra coisa que acho ridícula são “filosofias políticas”. Que sentido faz ter soluções baseadas em determinada filosofia política para os problemas que apareçam ?, não é eficaz, deve-se primeiro analisar o problema e depois apresentar a solução e não tentar encaixar a solução no problema.

    “... é apenas o efeito de uma causa. ...melhor seria estudar a causa ao invés de seus efeitos, pois certamente aí reside o problema. “

    Há muitas pessoas que analisam EXAUSTIVAMENTE as causas da abstenção, e inventam as mais risíveis explicações para as suas causas. Deixo aqui o repto, já que analisam as causas da abstenção, para serem justos analisem também as razões porque as pessoas votam, e porque razões votam da maneira que votam, se o fizessem talvez coisas muito interessantes pudessem também ser trazidas para discussão.

    “ ...isso significa que vivemos numa "democracia". “
    Se houver qualquer tipo de representatividade, não é uma democracia, pelo menos no sentido que a democracia foi criada na Atenas de Clístenes. É claro se eu pegar num gato e chamar-lhe boi, também posso pegar num sistema de governo qualquer e chamar-lhe democracia. Basta “carregar” essa palavra com um sentido alternativo, sendo esse alternativo o que o outro sistema representa, e lentamente ir mudando a perceção que as pessoas tem dessa palavra. Mas um gato nunca será um boi, e se um dia o for, a palavra “gato” deixará de fazer sentido. E vamos precisar de outra palavra para o boi. Isto só faz sentido se as pessoas gostaram de chamar gato ao boi, pois os gatos são amorosos.

    (continua)

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    1. "Há muitas pessoas que analisam EXAUSTIVAMENTE as causas da abstenção, e inventam as mais risíveis explicações para as suas causas. Deixo aqui o repto, já que analisam as causas da abstenção, para serem justos analisem também as razões porque as pessoas votam, e porque razões votam da maneira que votam, se o fizessem talvez coisas muito interessantes pudessem também ser trazidas para discussão."

      Justamente as pessoas votam porque são irracionais. Tens a prova que de 4 em 4 anos muda-se do PS para o PSD e vice-versa. E desde os 25 de Abril que andamos na mesma cantiga. Podem mudar os nomes dos partidos, mas os políticos são sempre os mesmos. A mesma casta, a burguesia. Até se podem mudar os nomes dos partidos e mesmo criar novos partidos, com políticos fresquinhos acabados de nascer, mas a política exercida será sempre a mesma. Faz-me confusão como é que as pessoas não compreendem isso. Costumo dizer que a esquerda comete os erros e a direita agrava os erros. Remediar ou reparar o erro está fora de questão. Quem paga são sempre os mesmos. A casta de burgueses tem sempre as mãos limpas.

      Ainda há poucos dias, falava eu com um amigo meu, um comunista, que me dizia o seguinte : " O partido comunista é o único que diz e luta pelo «o povo é quem mais ordena». Olho muito espantado para ele e pergunto-lhe o seguinte: " Então diz-me lá, desde que o comunismo existe, aponta-me lá um só País que tenha sido regido por um sistema comunista em que o «povo mais ordenou» ? Ele lá pensou uns segundos e não encontrando resposta tenta rebater-se dizendo que se votarmos no comunismo, isto tudo mudará e acabar-se á com a corrupção. Mais uma vez espantado, tento lhe fazer compreender, que se o comunismo não mudou nada para melhor desde que existe, de certeza que não será em Portugal que acontecerá. "Ah mas ele nunca esteve no poder, como é que podes dizer isso?" Mas já esteve no poder em dezenas de Países e nunca fez nem nunca trabalhou de maneira a que o «povo mais ordene», seria sempre uma casta de burgueses corruptos que governariam. O cagalhão pode mudar de cor, mas cheira sempre a merda. Bem ele lá acabou por me dar razão, mas mesmo assim continua comunista.

      Um outro exemplo é o do Passos Coelho que acabou por ganhar as eleições aldrabando os eleitores. Ele mesmo, o seu partido, tinha assinado o memorando da Troika bem antes do começo das eleições. Pois sabendo ele que os impostos iriam aumentar, pois era o que estava escrito no memorando, mesmo assim conseguiu a proeza de enganar tudo e todos prometendo baixar os impostos e etc.!

      Enfim, eu não consigo compreender porque as pessoas se deixam aldrabar assim tão facilmente e só vêm fumo á frente dos olhos. Portanto basta ter um minuto de reflexão. De todas as maneiras, quem vota é porque deseja um mestre e se deseja ter um mestre, é porque também deseja ser um escravo. É interessante ler De La Boétie sobre este tema.

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  3. (continuação)

    “... mas em que parte do mundo o poder é exercido e administrado pelo povo ?”
    Que eu saiba, neste momento não há nenhum país com um sistema de democracia directa, mas se a pergunta tivesse incluído “em que parte e em que tempo”, poderia dizer que ao longo da história humana houve várias organizações sociais baseadas em democracia directa. Sobre a Suíça, ainda não li muito sobre o sistema deles, não queria comentar sem antes ler mais coisas, mas uma conhecida minha que imigrou para lá, chamou ao sistema deles, democracia semi-directa, a ser verdade será um sistema híbrido, que tem coisas da democracia directa e da representatividade. Sinceramente não me interessa muito a democracia semi-directa, não me agrada qualquer tipo de representatividade.

    “ A oligarquia não me parece ser algo inquietante mas parece-me ao contrário ser o governo natural dos homens em comunidade [...] “
    Já eu penso ao contrário, acho que o governo natural dos homens em comunidade é a democracia, e acho a oligarquia um conceito inquietante.

    “O povo assim está fora de qualquer tomada de decisão, para não ficarem descontentes então apenas lhes é dada a opção de voto de X em X anos, voto esse condicionado aos partidos que lhe são propostos para escolha.”
    É assim que eu também vejo a coisa, eu acho que o voto de quatro em quatro anos é irrelevante, e quem controla sistema monetário e como o dinheiro é criado, controla praticamente tudo. A nossa liberdade e qualidade de vida é condicionada por quanto dinheiro temos. Isso de votar de quatro em quatro anos para mim é apenas uma forma do sistema tentar conseguir algum consentimento da população. O meu consentimento, eu não lhes dou.

    “...as suas recusas em votar demonstram claramente o descontentamento destes nas escolhas que lhes são impostas pelo sistema e a intima convicção de que nada mudará vote-se em quem se votar.”
    O universo dos abstencionistas é grande (felizmente), e as razões porque não votam, são várias, mas essa é uma das razões mais comuns. Eu não voto, porque quero votar em assuntos e não em pessoas, e o sistema atual não me permite, essa é a minha razão. Algumas pessoas que são contra a abstenção gostam de dizer que a razão principal porque as pessoas não votam é a preguiça. Bem, suponho que deve haver alguns que não votam por preguiça, mas nunca encontrei ninguém que não vota, que me tenha dado essa razão para não votar.

    “ a definição da palavra democracia e sua deturpação”
    Se fosse só a palavra “democracia”. Uma das razões porque existem símbolos, e as palavras podem ser feitas símbolos, é que esses símbolos podem ser carregados de conceitos. E numa guerra de comunicação, esses símbolos podem ser usados como armas. Os conceitos são as balas. Se me pusesse a falar disto, tinha para horas. Talvez em outra ocasião, pois embora interessante, é off-topic.

    “Esta é a razão pela qual nunca votei, não votarei e nem tampouco faço intenções de saber o que é um boletim de voto. “
    Eu votei duas vezes, uma em um partido (pensei que era o mal menor) e outra em um referendo. Mas agora não votarei mais até que o sistema mude, nem em representantes, nem em referendos, pois apesar de um referendo ser algo que alguém que quer uma democracia direta pode apreciar, tenho dúvidas se neste sistema vale a pena votar até em referendos. Quem me garante que o resultado do referendo é expresso nas decisões de quem tem o poder ? se em Portugal fosse feito um referendo para acabar a "austeridade" e vencesse com 60% dos votos, será que a "austeridade" acabava ? eu tenho as minhas dúvidas. Não faço exceções.

    Sim, eu sei que a austeridade é um conceito muito vasto, por isso coloquei aspas.
    Mas para exemplo é suficiente, dá para perceber onde quero chegar.

    Gostei de ler este artigo no seu blog, se escrever, lerei a segunda parte.


    - FIM -

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  4. @Gang2 Ervilha
    Em resposta ao comentário de 26 de agosto de 2015 às 23:46

    “... mas a política exercida será sempre a mesma.”
    Também não noto grandes diferenças. E acho que as pequenas diferenças que existem são irrelevantes. E até é engraçado como essas pequenas diferenças são exacerbadas como se fosse grandes diferenças.

    Sobre o Comunismo, não sou comunista, e como tal, não sou um especialista no assunto, por isso se dizer alguma coisa estranha, ou errar no que escrever a seguir, por favor corrijam-me e desde já peço desculpa. Por isso não levem muito a sério os próximos comentários, interpretem-nos como devaneios da minha mente.

    Uma coisa que é interessante, é que quando pergunto a alguém “O que é o comunismo ?”, recebo quase sempre respostas diferentes. Então ainda não sei bem o que é o Comunismo.

    O que é será então o Comunismo ?, bem a palavra vem do latim “communis“, que quer dizer “coisa comum” e que é raiz das palavras comum e comunidade. Ou do latim “comoenus” que quer dizer “partilhado”. Então “comunismo” de acordo com o sentido da palavra, é apenas “fazer as coisas em comunidade, ou partilhar”.

    Então o “comunismo” não será “fazer com que o povo mais ordene”, mas privilegiar o fazer coisas em comunidade ou partilhar coisas. Fazer que “o povo mais ordene”... chama-se democracia (dar poder ao povo).

    Democracia (como foi criada em Atenas) não tem partidos políticos, nem há representatividade.
    Os países comunistas tem um partido ?, mesmo que seja só um ? (representatividade), então o poder não está nas mãos do povo, mas sim nas mãos do partido.

    Já agora não vejo grande diferença entre o haver um partido e haver dois partidos iguais. Em outros países há muitos partidos, mas normalmente só dois competem para o poder, e se esses dois tiverem praticamente a mesma política e forem financiados pelos mesmos interesses... não serão na prática um só partido ?

    Posso observar que existem conceitos que foram adicionados à palavra comunismo, da mesma forma adicionados conceitos à palavra democracia, e o sentido original dessas palavras foi sendo deturpado, hoje se quiseres te referir à palavra democracia no seu conceito original, tens de dizer “democracia direta”. Se calhar no futuro terás o “comunismo direto” e o “comunismo semi-capitalista”, ou o “comunismo direto” e o “comunismo semi-liberal”. Quem sabe ?

    Se for ler na wikipedia, (https://en.wikipedia.org/wiki/Communism) o que é comunismo, tens a seguinte informação: “...goal is the establishment of the communist society, which is a socioeconomic order structured upon the common ownership of the means of production, absence of social classes, money, and the state.” (citação da wikipedia)

    Então o que dá a entender é que estes quatro conceitos foram carregados como balas, na palavra comunismo, que só queria dizer “partilhar” ou “fazer coisas em comunidade”:
    Propriedade comum dos meios de produção.
    Ausência de classes.
    Ausência de dinheiro.
    Eliminação do estado.

    (continua)

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    1. Olha, eu digo que "a política exercida será sempre a mesma", porque quem manda são sempre os mesmos. Já não me lembro quem disse ou dizia mais ou menos que a esquerda e direita podem ser comparadas com o lado esquerdo e direito de um túnel, a saída será sempre a mesma. Não muda.

      Quanto ao "comunismo" tal e qual como Marx o deixou transparecer, a ideia que eu tenho é que pouco ou nada teve que ver com os Lenines, Stalines e companhia. Aliás tu explicas bem isso e as soluções propostas por ele para desenraizar o "capitalismo" da sociedade. Eu li um livro, no qual se explica que por exemplo Trotsky, amigo de Lenine, quando este último morre acusa Staline quando da sua tomada de poder, de se ter desviado dos ensinamentos de Marx e forma assim outro grupo dissidente. É o que se chama hoje em dia de "Trotskistas" de uma maneira geral.

      Lenine quando toma o poder pela força, aplica então á letra uma das máximas de Marx: "eliminação da propriedade privada". O que provocou fome na população e assim milhões de mortos. Stalin prossegue esta política. No entanto ao mesmo tempo centralizava tudo á volta do Estado. Este último aspecto é contrário ao pensamento de Marx, no qual qualquer entidade estatal ou aparentada, deve ser extinta. Pelo menos é o que eu compreendo das teorias de Marx.

      Portanto acho que se pode dizer com segurança, que nunca ninguém meteu em prática as teses de Marx na sua totalidade. Agora pessoalmente duvido que seja o remédio ideal para a actual situação que vivemos. Porque o ideal de Marx é contrário á natureza humana. Há um livro muito interessante de Howard Bloom "O Principio de Lucifer / The Lucifer Principle", em que o autor exemplifica que por natureza, o ser humano tem sede de conquista, de explorar e matar se necessário algo que não deseje se submeter. Ao longo da história sempre foi assim. Isto visto, que dizer ou afirmar que todo ser humano antigamente partilhava tudo "a comuna, derivado do que é comum", até pode ser verdade numa parte, por exemplo no que diz respeito aos Clãs familiares de então. Mas a necessidade de explorar mais e mais territórios para caçar e alimentar o clã que crescia em número, obrigatoriamente levou ao confronto com outros Clãs. Isto é só um exemplo. Mesmo dentro de um Clã assistia-se a frivolidades porque um tal desejava aquela mulher e o outro também mas a mulher desejava um outro que não seja aqueles dois, enfim. É só um exemplo. Portanto acho que os princípios de Marx não se poderiam aplicar, pelo menos na sua totalidade. Eles tendem mais, segundo o meu ponto de vista, de maneira um pouco coxa, a tentar substituir a religião, ou um código moral.

      Agora, claro, o "Capitalismo" também não é solução nenhuma. Porque como dizia Marx, a busca do lucro só fará com que as desigualdades aumentem. O que é verdade. No tempo de Marx era o que acontecia na Inglaterra, e é o que acontece hoje e que inevitavelmente levará a uma revolução (revolução premeditada?) porque existe um limite. O "Capital" que é cego surdo e mudo não olha a limites mas só a obtenção de lucro.

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    2. Eu não gosto muito de chamar "Capital", prefiro um termo mais claro e chamo-lhe Avareza, porque dizendo "Capital", dá a sensação de que é o "Capital" que se esconde por detrás da "Avareza" quando na realidade é a "Avareza" que se esconde por detrás do "Capital. É a ganância e avareza de alguns que criou o conceito de "capital" tal e qual a ganância de poder criou a dita "democracia representativa", ambos se escondem atrás desses termos e trabalham de mãos juntas. Um não pode existir sem o outro. Já no tempo dos Reis e dos Senhores Feudais, estes não se fizeram rogados em inventar artimanhas para explorarem o povo de maneira a se enriquecerem, financiarem conquistas territoriais e escravizar populações, pagar aos soldados etc. Os Senhores Feudais, que mais tarde geraria a Corte, que nada mais é o que se chama hoje de Parlamento, ainda cá estão. Naquele tempo seu principal role, da Corte, era a cobrança de impostos em prol do Rei e deles mesmos. Hoje em dia o Rei é a Oligarquia Financeira e a Corte, é o Parlamento, cujo papel é vigiar e executar as ordens das Oligarquias Financeiras. Apenas os nomes mudaram, mas não existe nada de novo, tudo se limita a agarrar-se no velho, dá-se um pintura para esconder a ferrugem, um novo nome e prontos.

      Ainda sobre Marx em cima quando falo em revolução, ponho um ponto de interrogação, porque parto do principio imutável de que seja qual for a revolução, ela nunca é espontânea. É algo bem estudado e coordenado bem antes de acontecer independentemente se depois falhar ou vencer. Não devemos confundir manifestação com revolução, porque uma manifestação se ela surge espontaneamente parece-me que ela nunca dará origem a uma revolução (?). Mas se a manifestação for coordenada, ela já poderá dar origem a uma revolução caso o que é exigido não seja satisfeito, esta já será propositada. Parece-me sem ter a certeza, de que todas as revoluções começam com manifestações.

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    3. Sobre ao ter uma propriedade privada ou não, eu não acho que seja um paradoxo, Aí depende do ponto em que se olha para a coisa. Por exemplo antigamente na Idade Média, as aldeias tinham seus terrenos á disposição dos habitantes dessa aldeia que exploravam o terreno em comum com vista a suprir as necessidades em comum. Para alguém de outra aldeia vizinha, ele vê esses terrenos como uma propriedade alheia. Privada dos aldeões vizinhos.

      Os Índios sem saberem ler nem escrever, no outro lado do mundo, tinham bastantes disputas com as tribos vizinhas por causa dos terrenos de caça. Tal e qual como os animais que têm seu território de caça e defendem-no porque entendem que é sua propriedade privada, partilhada pelo seu clã. É uma questão de sobrevivência.

      O problema está é quando a ganância e a avareza tomam o lugar do instinco de sobrevivência. A natureza humana é assim, nunca está contente com o que tem.

      Sobre o dito "Crescimento Económico" , nada poderá ser mais falso. Para nós cidadãos, não se vê "crescimento económico" em lado nenhum. Para os oligarcas, claro, há sempre "crescimento económico". E a palavra de ordem que permanece é a dos oligarcas. Só alguns beneficiam desse "crescimento" e que portanto se só alguns beneficiam, os 1%, então é falso afirmar que há "crescimento económico" assim como é falso dizer que estamos numa "democracia".

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    4. Gostei de ler o seu comentário e não tenho muito a acrescentar, apenas o seguinte:

      Sobre o princípio de Lúcifer, eu não li, mas não concordo com a teoria de que o ser humano tem como natureza “a sede de conquista”, ou vontade de “explorar o próximo” ou de “matar”, se ela for defendida nesse livro.

      Na minha opinião não nascemos com essas tendências, elas são aprendidas no meio ambiente, embora possa haver sociopatia (primária e secundária) e psicopatia em alguns indivíduos, são apenas uma pequena parte da população.

      Se fosse natureza humana características como vontade de matar e de explorar, coisas dignas de um demónio (suponho que seja por isso que se chama princípio de Lúcifer ?), então estaríamos com um problema grave como espécie. Não acredito que assim seja, e mesmo que fosse poderíamos usar a nossa lógica para perceber que uma espécie assim, teria de mudar.

      Na minha opinião o normal na natureza, é que os seres vivos se harmonizem com as leis naturais do universo. Esses instintos destrutivos, tem consequências, e essas consequências fazem que o normal, seja a não existência desses instintos. Pois esses instintos são contrários à sobrevivência. E qualquer ser vivo que não se harmonize com as leis naturais, vai sofrer consequências.

      “O problema está é quando a ganância e a avareza tomam o lugar do instinto de sobrevivência.
      A natureza humana é assim, nunca está contente com o que tem.”

      Na minha maneira de ver, a ganância e avareza é algo ensinado, não é instintivo. O que é instintivo é “guardar coisas” num ambiente onde há escassez, mas isso não é ganância, é uma forma de sobreviver. Eliminando a escassez, eliminas a ativação desse instinto. Se criares galinhas e lhes deres muito alimento, não vão lutar por ele, estão saciadas. Se lhes deres pouco alimento, elas lutarão. Podes ser avaro ou não e teres na mesma instintos de sobrevivência. É normal depois de uma necessidade satisfeita, aparecer outra, mas isso não quer dizer que não haja o “contentamento”, o que há é outro desejo, outra motivação que aparece. Esta discussão sobre se é o meio ambiente que nos influencia, ou se nós nascemos com certas tendências é uma das mais antigas nas disciplinas que estudam como o homem pensa. Vamos acordar em discordar.

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  5. Sobre a propriedade privada.

    Antes de começar, quero dizer que eu sou a favor da propriedade privada (até como um direito), mas também sou a favor de propriedade comum. Parece um paradoxo, e que eu sou a favor de tudo e do seu contrário, mas não é.

    Por exemplo, se apenas uma pessoa fosse dona de todo um continente, o que diriam os habitantes desse continente se essa pessoa os quisesse fora da sua propriedade ?, então para ser justo terá de haver limites para a propriedade privada. Os limites para a propriedade privada, são a propriedade pela comunidade, expressa pelo sistema de governo. E também podemos definir certas áreas como protegidas e de pertença de ninguém, para preservação do ambiente e de espécies animais.

    E também acho justo que uma pessoa possa ter a sua casa e outras coisas como sua propriedade.

    Mas será que existe alguma sociedade atualmente que respeite a “Propriedade Privada” ? eu acho que não. Se acha que sim, explique-me por exemplo, o que aconteceria à sua casa se deixasse de pagar o IMI ? seria penhorada não é ? então a casa não é sua propriedade privada, pois a sua posse está dependente de um imposto. Na verdade, é como se fosse um inquilino do estado.

    A única maneira de haver respeito pela propriedade privada é transformar isso num direito, por exemplo, ser um direito humano, toda a gente ter uma casa. Eu concordo com isto.

    Então vamos lá começar a comentar.

    1. Propriedade comum dos meios de produção

    Na wiki diz “Propriedade comum dos meios de produção”, ora isto não é diferente de muitas outras sociedade ditas não comunistas, pois o estado nestas outras sociedades é detentor de muitos meios de produção, não todos, mas de muitos, chama-se sector empresarial do estado. Então a posse dos meios de produção pela comunidade, não é uma característica única do comunismo.

    A posse de uma parte significativa dos meios de produção nas sociedades ditas não comunistas (liberais?) está nas mãos de uma pequena quantidade de pessoas, já agora vamos imaginar que essas pessoas tem poder para influenciar o governo.

    Então qual a diferença entre um sistema que tem um partido e a posse dos meios de produção é controlada por esse partido/estado e outra que tem uma elite que imaginamos ter o poder de influenciar o governo, tendo essa elite a posse de muitos meios de produção e os meios de produção relevantes que não são controlados por essa elite estão no estado ? Para mim a diferença é irrelevante.

    Propriedade comum dos meios de produção é algo que não é único no comunismo, é uma coisa que tem estado presente em todas as organizações humanas desde que vivemos em tribos, e vai continuar nas sociedades futuras, especialmente agora, onde o desemprego tecnológico torna cada vez mais difícil acesso ao trabalho, e sem acesso ao trabalho não há dinheiro e sem dinheiro para impostos, não há propriedade privada.

    A única forma de se manter propriedade privada numa sociedade sem dinheiro é torná-la um direito.

    Mas atenção, existe uma diferença entre propriedade privada e posse privada dos meios de produção. Por exemplo, ter uma casa é propriedade privada, mas não é um meio de produção, mas ter uma fábrica é propriedade privada e um meio de produção.

    (continua)

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  6. Numa sociedade onde cada vez menos pessoas tem acesso ao trabalho e ao dinheiro, não haverá interesse em ter meios de produção privados. Para quê ter uma fábrica, se ninguém tem dinheiro para comprar produtos ?

    Então a produção de bens no futuro, será feita através de sistemas altamente automatizados quase sem trabalho humano (e este será voluntário), e os recursos e meios de produção serão certamente comunitários.

    2. Ausência de classes.

    Existe ausência de classes numa sociedade comunista ?, mais uma vez, não sei bem o que é o comunismo, por isso perdoem as coisas erradas que possa dizer, mas nas sociedades que eu acho que são comunistas, existe pelo menos um partido e um banco central.

    Então usando lógica, se existe um partido, existe representatividade, se existe representatividade existe poder que foi delegado, se poder foi delegado então existem pelo menos duas classes, quem recebeu o poder e quem o delegou. O mesmo se passa com o dinheiro, se existe dinheiro numa sociedade, quem tem mais... está numa classe à parte dos que tem menos.

    Então ou nunca existiu nenhuma sociedade comunista até agora, pois todas as sociedades atuais que eu conheço tem classes, ou então a ausência de classes não é uma característica das sociedades comunistas existentes e a wiki está errada. Por isso que eu digo que não sei o que é o comunismo, pois há uma data de conceitos que só existem na teoria, mas na pratica as coisas são diferentes e para mim o que define uma coisa é a sua prática.


    3. Ausência de dinheiro.

    Se uma sociedade comunista, não usa dinheiro, então de facto não conheço nenhuma em existência.
    Isto levamos a outra palavra que foi carregada de conceitos, o CAPITALISMO.

    Muitas pessoas dizem que o mundo tem dois tipos de sociedades, as capitalistas e as comunistas e que são opostas. Só que isto não faz sentido nenhum, é como comparar alhos com bugalhos.

    O que Capitalismo quer dizer ? vem do latim “caput” raíz de palavras como capuz e cabeça.
    E do latim “capitalis”, que quer dizer “o mais importante, algo que está por cima dos outros”.

    Numa determinada altura os banqueiros italianos começaram a chamar de capital, a parte do dinheiro investido, e devido a isso cada vez mais o significado de capital começou a confundir-se com a existência de um sistema monetário. Está aqui um link que explica a origem da palavra ( http://www.dicionarioetimologico.com.br/capital/ ).

    Então se o capitalismo é a existência de um sistema monetário (dinheiro) numa sociedade, porque se opõe ao comunismo ? Sendo o comunismo segundo a wiki uma “social, political, and economic ideology “ (https://en.wikipedia.org/wiki/Communism).

    Devia era ser: LIBERALISMO vs COMUNISMO, pois o liberalismo também é uma ideologia.
    Eu gosto de “Chamar as coisas pelos nomes”, como diz o velho ditado.



    Se existe um sistema monetário no comunismo, não faz sentido a comparação:
    Capitalismo (banco central, sistema monetário) vs Comunismo (banco central, sistema monetário)
    A menos que digamos que no comunismo não deveria existir dinheiro, então também não faz sentido opor, pois estamos a comparar um coisa que existe com outra que não existe. É comparar “alhos com bugalhos”. É claro que esta comparação tira o Liberalismo da discussão, que é a ideologia política que aparentemente se opõe ao comunismo. Ênfase na palavra “aparentemente”.
    E porquê existem pessoas que não gostam de comparar o Liberalismo com o Comunismo ? será que é porque pode-se descobrir semelhanças entre os dois sistemas ?

    (continua)

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  7. 4. Eliminação do estado.

    Se uma sociedade comunista, não tem um estado então de facto não conheço nenhuma em existência. Isto leva-nos a outra palavra que foi carregada de conceitos, a ANARQUIA.

    Anarquia vem do grego “anarkhia” (sem governante), o AN antes do arkhia siginifica SEM, a arkhia é uma variação da palavra grega “arkhon” (governante) .

    A filosofia política que defende uma sociedade sem governantes (sem representatividade) é a anarquia.

    A anarquia quer apenas dizer isto: SEM GOVERNANTES, não quer dizer sem governo ou sem regras. É uma confusão comum, pois da mesma forma que as palavras “capitalismo”, “comunismo”, e “democracia”, a palavra anarquia também teve o seu significado alterado e conceitos foram adicionados ao seu significado original. No futuro se calhar vamos ter como expressões novas, a Anarquia-direta, e a Anarquia semi-directa. Quem sabe ?

    Conclusão: Então, após tudo isto, continuo sem saber o que é o Comunismo, pois a sua definição teórica não bate com a realidade prática. E na verdade não acho muitas diferenças práticas entre as sociedades comunistas e as liberais embora existam diferenças teóricas. (todas tem representatividade e um banco central) Parecem quase como aqueles países que tem dois partidos que são quase iguais que se confundem com um.

    E para os que dizem... o Comunismo falhou. Eu digo que concordo, então não havia de concordar ?, eu não sou comunista. (embora não saiba bem o que é o comunismo, o que é lixado). Só que no outro lado da barricada, o Neo-liberalismo, a versão moderna do liberalismo também falhou, basta observar os índices de pobreza e desigualdade que grassam por todo o mundo. Eu acho que precisamos de algo melhor. Não me admira que tenham falhado os dois sistemas, precisamos de um sistema novo, algo para o século XXI. Eu sou a favor disso, de algo novo e melhor.

    Acho que nota-se mais que o comunismo falhou porque a guerra fria foi ganha pelo lado que possuía a moeda que todos os países tinham de ter para comprar petróleo, e por isso podiam criar dinheiro sem problemas (e comprar recursos com ele), passando a sua inflação para os outros países. Quem tem o controle do dinheiro é o senhor de todas as guerras. E a guerra fria ou guerra económica ainda não acabou, ela continua, é mais eficaz usar dinheiro (dinheiro é na verdade dívida) como arma de guerra do que usar tanques e aviões. A maior economia agora é a China, mas sinceramente, não sei bem qual o sistema político deles, será Comunismo ? há quem diga que sim, bem seja lá o que for eu não gostava de viver num sistema igual ao deles.


    Seria também interessante saber como as sociedade ditas comunistas foram criadas, e quem financiou o movimento comunista. E para ser justo também seria engraçado estudar quem criou as sociedades liberais, e quem as financiou, vou fazê-lo um destes dias, espero não descobrir que foram as mesmas pessoas ;) .

    Achei este link, não sei bem o que está lá dentro, vou ler quando tiver tempo:
    http://forum.antinovaordemmundial.com/Topico-as-relações-entre-karl-marx-sionismo-maçonaria-e-os-illuminati--16277

    (continua)

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  8. Já agora uma expressão que também é carregada de conceitos é a expressão “CRESCIMENTO ECONÓMICO”.

    Fico chateado quando os políticos dizem que querem “Crescimento económico” em vez de dizerem que querem “Sustentabilidade”. Se eu comprar quatro carros e tiver um salário médio, houve crescimento económico, mas eu ficaria cheio de dívidas e só consigo usar um carro de cada vez. E quatro carros tem mais impacto ambiental que um carro. O que preciso é de sustentabilidade, ou seja de um carro que seja bom e que dure muito tempo, e que possa ser reciclável e barato. Mas isso não cria crescimento económico (o carro mais barato), isso cria sustentabilidade.

    Devíamos endeusar esta palavra: SUSTENTABILIDADE e não o crescimento económico.

    “ se votarmos no comunismo, isto tudo mudará e acabar-se á com a corrupção.”
    Na minha opinião a corrupção existe e continuará a existir em todas as sociedades, enquanto estas tiverem um sistema monetário. Timóteo 6:10 , “O dinheiro é a raiz de todos os males”

    "Ah mas ele nunca esteve no poder, como é que podes dizer isso?"
    Há vários tipos de poder, o partido comunista nunca formou governo, mas tem uma presença importante no governo autárquico ou local. Pode-se ter uma ideia do que fariam se fossem governo, observando a gestão das autarquias onde o partido comunista tem presença significativa.

    “...tinha assinado o memorando da Troika bem antes do começo das eleições.”
    Então, para que serve votar ?

    “...quem vota é porque deseja um mestre e se deseja ter um mestre, é porque também deseja ser um escravo.”

    Muito interessante, conheces Mark Passio ? é um autor que fala de alguns assuntos que raramente aparecem na “mass media” tradicional e também gosto do David Icke e do Tsarion.

    Deixo aqui uns links interessantes que achei no youtube:

    Mark Passio - I Want Dangerous Freedom Over Safe Slavery
    https://www.youtube.com/watch?v=6hNZ2z94hys

    David Icke On Education, Moving Beyond The 5 Sense Consciousness And Much More!
    https://www.youtube.com/watch?v=eD01qlPBijY
    ( ver do minuto 10:00 ao minuto 30:00 )

    Parlamento Europeu - Uma Instituição de LUXO
    https://www.youtube.com/watch?v=emijVAE77d4

    A Crise da Democracia Representativa
    https://www.youtube.com/watch?v=hYbz2Z0VFWU

    Dinheiro como dívida
    https://www.youtube.com/watch?v=VKvy6uLrHmY

    I Abstain: 5 Reasons I'm not Voting
    https://www.youtube.com/watch?v=5kS8cLd8KYg

    Peter Joseph - Economic Calculation in a Natural Law
    https://www.youtube.com/watch?v=bUDgfdy53Kc

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  9. Não conhecia Mark Passio, ele tem ideias quase ou praticamente iguais ás de La Boétie e Rousseau. É um humanista dos tempos modernos. Obrigado.

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  10. Vim dar mais uma olhadinha no blog, já agora aproveitava para comentar mais um pouco.

    “Quanto ao "comunismo" tal e qual como Marx o deixou transparecer, a ideia que eu tenho é que pouco ou nada teve que ver com os Lenines, Stalines e companhia. “

    Concordo com isso. Da mesma forma que a Democracia criada na Atenas de Clístenes não tem nada a ver com aquilo que é a democracia hoje, o comunismo teórico de Marx* tem pouco a ver, na minha opinião com o que aconteceu na Rússia de Lenine e Estaline.

    *Há uma teoria que diz que não foi Marx o autor do Manifesto do partido comunista, mas sim que ele compilou textos de outros autores. Não sei se é verdade, mas é muito interessante.

    E não é só isso, na minha opinião, o próprio Liberalismo que foi implementado nas sociedades ocidentais ditas liberais, não tem muito a ver com o Liberalismo teórico.

    Já agora, era injusto comentar-se o Comunismo e não se comentar o Liberalismo. Então vamos dar uma olhada a o que é o Liberalismo, segundo a wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Liberalismo

    "...filosofia política ou visão do mundo fundada sobre ideais que pretendem ser os da liberdade e da igualdade."

    “Liberdade e igualdade.” Será que isto existe nas sociedades ditas liberais ? Especialmente a igualdade ?


    Então parece que o liberalismo defende :

    Eleições democráticas

    Como já foi explicado a democracia como foi criada em Atenas, é votar em assuntos, se existe representatividade, então não existe democracia. Por isso está expressão “Eleições democráticas” não faz sentido, se há eleições, não há democracia, a menos que a eleição seja a de uma solução proposta e não de uma pessoa. Então nesse caso existe, mas eu acho que no sentido que está na wikipedia, refere-se à eleição de pessoas.

    É fácil verificar, observando a palavra ELEIÇÃO, percebe-se que ela é derivada da palavra ELITE.

    Então em vez de Eleições democráticas a expressão na wikipedia deveria ser : “Eleição de uma Elite” (representatividade) para essa elite decidir pelo povo. Isto não é democracia, a palavra democracia significa (dar poder ao povo), o oposto de representatividade.

    Se os liberais defendem “eleições democráticas” então não existe nenhuma sociedade liberal. Se defendem a eleição de uma elite, então sim, isso existe.

    (continua)

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  11. (continuação)

    Direitos Civis

    Direitos civis são direitos dados pela lei aos cidadãos, na prática significa uma constituição, leis e formas de implementar essas leis na sociedade.

    Que eu saiba, LEIS existem em todas as sociedades, não é um exclusivo do Liberalismo, lembro dos 42 mandamentos de Maat, leis que os antigos Khemitas deveriam seguir no tempo dos faraós, então existem direitos civis desde a mais profunda antiguidade.

    Liberdade de imprensa

    Liberdade de imprensa consegue-se quando os meios de imprensa não sofrem nenhuma pressão, será que isso acontece quando a imprensa tem de dar lucro ? Será que há liberdade de imprensa quando uma importante parte dos meios está concentrada em poucos donos ? Será que há liberdade de imprensa quando o próprio jornalista está numa situação contratual precária ?

    Tenho as minhas dúvidas que exista liberdade de imprensa.


    Liberdade de religião

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Religião
    “...conjunto de sistemas culturais e de crenças, além de visões de mundo, que estabelece os símbolos que relacionam a humanidade com a espiritualidade e seus próprios valores morais “

    Religião é pela interpretação que eu faço da descrição da wikipedia, é uma crença que nos relaciona com valores morais. Peço desculpa aos que não concordam, mas é assim que eu vejo a coisa.

    Sei que muitas religiões veneram Deuses, mas se observar-mos bem, na prática a religião, mais que a adoração de Deuses é o seguimento de uma moralidade. Por exemplo para os seguidores da Deusa Maat, a prática da religião era seguir os seus 42 mandamentos, o culto à Deusa em si, embora importante, não tinha influência prática na vida do crente, mas seguir os mandamentos tinha.

    Na prática liberdade de religião é ter liberdade de seguir valores morais, porque é isso que se reflete na vida social. Mas a única forma de isto existir é que os valores morais, sejam os mesmos que os vigentes da sociedade, senão entraria em conflito com os direitos civis.

    Haveria liberdade para uma religião que por exemplo defendesse valores morais contrários aos aceites na sociedade ? Como por exemplo um culto a um Deus Ladrão ? Havia na antiguidade Deuses Ladrões, e esses defendiam que é bom roubar, será que uma religião baseada nesta moralidade, seria permitida existir ? Eu acho que não. (Espero que não :D )

    Também havia religiões que defendiam sacrifícios humanos, será que uma religião baseada nesta moralidade, seria permitida existir nos dias de hoje ? Eu acho que não.

    Pode até ser que religiões baseadas em moralidades cujos valores morais sejam contrários aos da maioria da população existam, mas certamente existem em segredo. Se calhar até existem clubes privados e sociedades secretas onde estas religiões são praticadas por pessoas que tem muito poder na nossa sociedade.

    Então na verdade não há liberdade religiosa, pois só são permitidas as religiões cuja moral se encaixe nos valores da sociedade.

    (continua)

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  12. (continuação)

    Livre comércio

    Segundo o http://www.dicionarioinformal.com.br/livre-comércio
    “Forma de negociar produtos e serviços sem a interferência dos Estados seja a nível interno ou internacionalmente. “

    Esta até da vontade de rir. Comércio sem interferência do estado, não existe. Mesmo que não haja tarifas entre países, há impostos sobre consumo, há regulamentações sobre os produtos, há um sistema monetário e um sistema de crédito que em cada economia tem diferentes condições. E há pressões para que negócios sejam feitos, quer por necessidades, quer por dívidas a pagar.

    Comércio livre é uma coisa teórica, não existe na prática. Para além disso, há uma guerra fria (guerra económica) global que influencia todo o tipo de comércio.

    O que temos é comércio livre-só-para-alguns, o que apesar de ter livre no nome, não é a mesma coisa.


    Propriedade privada

    Como já se falou antes, propriedade privada e impostos sobre a mesma são incompatíveis. Resumindo, não existe propriedade privada, a menos que nós a consideremos um direito civil.



    Conclusão, da mesma forma que o Comunismo, o Liberalismo na sua prática é bastante diferente da sua teoria. Sendo assim acabo por não saber o que é o Comunismo e o Liberalismo. Ou aceito o que são na prática, ou aceito o que são na teoria, e estou indeciso. Acho que vou morrer sem saber.


    Mais uns links que podem ser interessantes:

    David Icke Mark Passio Alex Jones & Michael Tsarion Analogies For Society
    https://www.youtube.com/watch?v=_Us4oXSogJw

    David Icke Michael Tsarion & Mark Passio On The Movie That Conceals The Secret Agenda
    https://www.youtube.com/watch?v=richBLYbIss

    David Icke Michael Tsarion & Mark Passio On The Financial Slavery System
    https://www.youtube.com/watch?v=JG9vWeTj2wU

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    Respostas
    1. Sim, conheço essa teoria de não ter sido Marx o autor de várias obras, mais concretamente "O Capital". Segundo alguns, tais teorias foram elaborados por várias pessoas em lojas maçonicas. Eu acredito que sim, porque um exame, mesmo que superficial de "O Capital", é descrito as grandes linhas orientadoras do liberalismo sem falhas. Estou em crer que é uma sorte de "memorando" pelo qual o liberalismo se guia. Nem mesmo algum dito economista capitalista conseguiu prever com dezenas de anos em avanço, o que Marx predisse. Pessoalmente duvido, que uma pessoas sózinha possa ter "profetizado" com tanta exactidão o futuro do capitalismo.

      Mas no entanto parece que um dos objectivos do capitalismo tal e qual como o marxismo, é a disparição da noção de Estado e de todas as relações de força, memória colectiva e histórica, costumes, existentes numa sociedade. Só assim as populações serão perfeitamente manipuláveis e susceptiveis de não oferecer nenhuma resistência seja ao que for, pois ficarão sem ancora, sem ponto de referência. Para o capitalismo, no fim de contas, as pessoas não passam de mercadoria. Hoje em dia pode-se alugar um ventre de uma mulher, tal e qual se aluga uma viatura. Não há diferença nenhuma entre um e outro de um ponto de vista capitalista, pois ambos não passam de "mercadoria", podendo ser comprada como alugada. Um homem pode mesmo mudar de sexo, chega-se então ao ponto de se comprar mesmo a "feminidade". Ridiculo! Mas a nossa sociedade é assim. Não segundo a vontade do povo, mas segundo a vontade de uma elite aristócrática. Não tardará muito, se já não é o caso, que á força de impôr conceitos absurdos tais como a "teoria do généro" e a negação de "raças", o povo acabará por aceitá-lo como se fosse uma questão de "evolução da humanidade". Nega-se então a natureza humana, a sua diversidade racial, cultural, linguistica para se chegar a uma sociedade homogénea onde todos terão a mesma maneira de pensar como robots telecomandados.

      Enfim, pessoalmente creio que em vez de ser o antidoto ao capitalismo, talvez seja antes o perfeito guia do capitalismo. Paradoxal, digamos. Mas penso que talvez aí resida o grande engodo de Marx.

      Ler Marx, compreende-se logo onde o capitalismo vai chegar. Não haverá liberdade de religião, nem de imprensa, os valors morais serão inexistentes, pois mesmo no futuro o que hoje é tabu, será de uma vulgaridade que mesmo D. Afonso Henriques se levantrá do túmulo espantado e incrédulo.

      A solução segundo o que penso, é o retorno aos valores morais de nossos antepassados. Como no tempo de nossos avós cuja coesão era fundada na família, a base da sociedade. É justamente esta base que se destrói lentamente mas com eficácia para se chegar á dita sociedade homogénea.

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