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quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Marx, Nietzsche : pré-socratismo e panteísmo

 
Achamos deveras interessante, pesquisar um pouco, de onde podem ter vindo certas ideias de Marx. A constante referência aos filósofos pré-socráticos ; em especial Parmênides, Empedoclo, Héraclito e outros mais, não é mera coincidência. Verificamos, a título de curiosidade, também este gosto pré-socrático, em tipos como Nietzsche, cujo pensamento, influenciou a filosofia ocidental de cariz anti-cristã ; este concebe que houve uma deturpação da filosofia após-Sócrates : ele reenvia, tal e qual como Marx, ao pensamento dito "primordial". Não existe diferença de fundo, se ousarmos olhar além das aparências. Nietzsche é uma sorte de marxista subversivo : logo podemos entender o seu "eterno retorno" - retorno ao pensamento primordial ; a "idade de ouro".

É esta a "idade de ouro" de que nos falam um Homero. A concepção cíclica do tempo Nietzschiano, deste dito "retorno ao primordial", coincide na perfeição com o pensar de Marx. Ambos apoiam-se no "pré-socratismo" como a verdade absoluta.

Um e outro, detestavam acima de tudo o Cristianismo ! É um facto inegável, e nada mais faríamos, para constatar tal declaração, lendo as obras de um e de outro. O anti-cristianismo de Marx, não é perceptível à primeira vista, tanto quanto o pré-socratismo de Nietzsche não o é.

Não nos vamos concentrar sobre Nietzsche, cujos homens de bastidores sabemos quem são. É simplesmente aqui evocado, porque encontramos uma linha de pensamento ideológica em comum com Marx. Pensamos assim, que o fundo da questão ficará um pouco menos obscuro, cujo resumo podemos simplificar em dois parâmetros essenciais :

1- pré-socratismo
2- anti-cristianismo

Confessamos nunca ter lido na totalidade o “Capital” de Marx. Não por falta de vontade, mas sim pela leitura fastidiosa e incompressível de termos duvidosos, de onde qualquer um pode tomar como verídicas tantas ideias quantas interpretações, todas contrárias umas das outras.

No entanto conhecemos bem a obra do maior inimigo de Marx quando vivo : Proudhon. E por analogia podemos sintetizar o pensar de Marx da seguinte maneira :

- Abolição total do estado : é visto como tirânico e opressor da classe proletária ; uma ferramenta ao serviço da burguesia capitalista (Proudhon reconhece o Estado, mas com um mínimo de serviços, de maneira a assegurar as garantias de um federalismo, da propriedade e mutualismo)

- Extinção da moeda : é a acumulação e domínio de moeda, que rende a burguesia capitalista cada vez mais opressora e, engrena por si só, mais opressão sobre o proletariado (Proudhon defende a moeda, abolição dos juros e uma distribuição equitativa desta entre trabalhadores e patrões ; Proudhon tentou mesmo criar um sistema bancário mutualista unicamente para os trabalhadores)

- Igualização de tudo e de todos ao mesmo standard (Proudhon reconhece as diferenças entre patronato e classe trabalhadora, e que ambos devem contribuir para o bem comum ; estamos longe do sistema igualitário de Marx)

Entre um e outro, Marx e Proudhon, damos-nos conta de um pensar muito especulativo e utópico – próprio aos judeus – e de um pensar mais próximo da realidade, o de Proudhon .

Esses três items que sintetizam o pensar de Marx, eles têm uma fonte : o pré-socratismo. Nos filósofos pré-socráticos, toda a natureza é sacralizada ; o homem faz parte da natureza, e como tal, ele é igualmente sacralizado : a natureza está em tudo, e tudo está na natureza. Tudo e todos eram iguais ; não existiam hierarquias, nem propriedades, ricos ou pobres, raças, divisão...

É a partir desta base pré-socrática, que Marx vai desenvolver toda a sua utopia dita “dialéctica materialista”, que repousa acima de tudo, num sistema igualitário. Para isso, ele encontrou grande apoio nas teorias da evolução humana de Darwin ; esta, nada mais fez que preparar, os espíritos ainda incrédulos, aos dogmas marxistas.

Não vamos aprofundar esta dialéctica materialista e mostrar as contradições, mas resumimos simplesmente, segundo o pensar de Marx, que a “invenção” das raças, da religião, de tribos, de uma hierarquia, de nações, são consideradas formas de alienação do ser humano ; algo como eventos preparatórios à marcha do espectáculo do Capitalismo. Ou, digamos, a cara de um pré-capitalismo em andamento que se manifestou mais tarde.

A abolição de diferenças raciais e nacionalidades, é um objectivo muito em conta, pelos movimentos marxistas, de todas as formas possíveis e imaginárias. É o ideal a atingir para destruir o Capitalismo.

Marx tem uma máxima, que podemos exprimir mais ou menos nas seguintes palavras : O Capitalismo corre à sua própria perda – como quem diz “à sua própria auto-destruição”. Pois abolindo as fronteiras, o Capitalismo nada mais faz que atingir os objectivos propostos por Marx, que por si só, são uma etapa para a destruição completa do Capitalismo Mercantil.

Estranho, que o ideal marxista e capitalista tenham as mesmas ideias em comum ! Tanto um como outro, lutam por uma uniformização de tudo e todos ao mesmo standard !

Agora, por onde entra o Paganismo nesta história ? Como descrito acima, logo que falamos do pré-socratismo, este nada mais é que a forma arcaica do Paganismo – o Panteísmo.

Logo compreendemos, por exemplo, esta subversão ecológica defendida ao extremo pelos pagãos. É a linha inconsciente, que retorna ao panteísmo xamãnico pré-socrático ; cuja natureza, e todas as formas de manifestação desta, inclusive o homem, são sacralizadas. É isto que Marx sugere com a sua dialéctica-materialista : em acordo total com as correntes ecológicas do Paganismo. Não é por acaso que o Paganismo adora a “Terra-Mãe”, ou Gaia. São restos primordiais do panteísmo que ainda lhe restam, cuja manifestação é ainda visível. Em certas correntes neo-pagãs da actualidade, este facto é ainda mais aparente, do estilo New-Age, como a Wicca pagãnica.

De uma forma ou de outra, por caminhos diversos e aparentemente contrários e opostos, o Paganismo concorre à marxirização do mundo. Ele serve de bengala ao marxismo ; o materialismo de Marx, está em perfeito acordo com a visão ecológica pré-socrático-panteísta, da qual se serviu, de maneira a estabelecer uma base sólida, para idealizar esta utopia pagânico-marxista de modo cientifico.

Tudo isto não passa de uma mascarada pseudo-religiosa, pagano-materialista, marxista, kabalista. A Igreja ao longo da sua história, sempre se elevou contra todas estas utopias. Mesmo se durante estes últimos anos, temos observado uma infiltração pagano-marxista nas estruturas da Igreja, temos ainda a alegria de saber que muitas bases, ainda estão imunes ao vírus pagano-sinagogal – panteísta e marxista.

Nota: Este artigo é um esboço, mas foi decidido publicá-lo mesmo assim, falta de tempo para limar umas arestas e dar mais desenvolvimento. Não são necessárias fontes que apoiem o que é aqui dito. Quem conhece bem Marx, sabe perfeitamente desta tendência pré-socrática, igualmente Nietzsche, de onde se pode ler "Zarasthrouta" e tirar esta conclusão. Sobre Proudhon, podem surgir umas questões, mas lembremos-nos que no fim da sua vida, ele reconhecia o role do estado como um garante.

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