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terça-feira, 3 de novembro de 2015

O Congo de Leopoldo II (1ª parte)

Esta é a 1ª parte, tirada do livro do melhor especialista sobre a África, Bernard Lugan (extremamente politicamente incorrecto!), do seu livro « God Bless Africa ». No fim estará o link para ter acesso ao livro.

O mito do colonialismo bárbaro que tanto nos acusam, não aguenta um só segundo face a este maravilhoso especialista. Nem a ONU, covil dos talmudistas, escapa. É realmente implacável este Lugan! Aconselho-vos a leitura dos seus livros, este homem há mais de 40 anos que estuda a África, viajou para trás e para a frente dentro da África, conhece todas as suas tribos, os conflitos, resumindo: nada lhe escapa, sobretudo os mitos de que o africano é o coitadinho e o europeu é o bicho-mau. Na realidade, muito e muito ajudamos a África... vejam só o exemplo do Congo...

O paradoxo belga

 A Bélgica começou o seu imperialismo contra a sua vontade, e portanto a sua colónia do Congo não lhe custou nada.
O Rei Leopoldo II, coroado em 1866, queria uma colónia. Sabendo que esse projecto era impopular na opinião, tanto á direita como á esquerda, ele contava financiar o projecto com a sua fortuna pessoal, que era... recheada.

No 24 de Outubro de 1869, ele escreve a Huber Frère-Orban, o seu chefe secretaria: «Eu prometo solenemente não pedir nada ao Ministério das Finanças.»

No 15 de Julho de 1880, numa letra enviada ao mesmo destinatário: «A Bélgica terá a sua parte do Movimento Africano e da abertura deste continente sem despesas para o Estado.»

Em 1885, o Estado Independente do Congo (EIC) é criado. Leopoldo II será o seu soberano com a autorização das Câmaras belgas, mesmo se o Parlamento tenha hesitado, preocupado pelo custo da empresa. Mas o Rei assegurou os representantes afirmando que era apenas questão de uma «união pessoal» e que a administração e as finanças do Congo seriam distinctas daquelas da Bélgica. Para mais, o Congo não estará á carga do país, pois as matérias-primas locais vão assegurar a sua autonomia.

Por mais recheada que ela seja, a fortuna de Leopoldo II acaba por se gastar: as somas dispensadas para o Congo atingiram entre 1878 e 2885 um total de 10 milhões de francos-ouro. As «matérias-primas locais» são durante esta época inexistentes e, em 1890, o EIC está na falência. Contrariamente á sua palavra, o Rei vira-se então para o Estado-Belga, que acorda em 1890 um primeiro empréstimo ao EIC: 25 milhões de francos-ouro, dos quais 5 milhões são virados imediatamente e o resto em dez anuidades de 2 milhões cada uma. Em contrapartida, o Rei legará o Congo á Bélgica.

Em 1895, virada a última anuidade do primeiro empréstimo, a falência ameaça de novo. São 6 milhões que serão necessários desta vez. Eles só serão concedidos pelas Câmaras após um aceso debate sobre a oportunidade de possuir o Congo. Os deputados não querem deixar-se serem arrastados numa espiral orçamental, como a da Holanda que, não tendo um orçamento colonial separado, viu o défice orçamental das colónias ser preenchido pelo orçamento do Estado.

Em 1896, uma inversão ocorre. O marfim e especialmente a borracha finalmente permitem equilibrar o orçamento do EIC que irá em seguida tornar-se beneficiário. A partir dessa data, o território não vai custar mais nada para a Bélgica. Em vez disso, em 1900, o Rei Leopoldo II apoia-se nos recursos do Congo  para lançar na Bélgica uma política de grandes obras. Vai criar para efeito, a Fundação da Coroa, á qual atribui um décimo do superfície do Congo belga.

Esta fundação recolhe as receitas dos domínios concessionados. É um período negro da colonização, com uma autêntica política de exploração baseada no trabalho forçado, denunciada desde 1899 por Joseph Conrad no seu livro Heart of Darkness. A borracha congolesa enriquece inegavelmente o património de Bruxelas, que se vê dotado com o "Arcade du Cinquantenaire" (6 milhões de francos-ouro), museu do "Tervuren" (8 milhões de francos-ouro) e de uma extensão do Palácio Real de Laeken (12 milhões e meio de francos-ouro). Seja um total de 30 milhões de francos-ouro. O que provoca de uma parte a ira dos «coloniais», que denunciam esta política de picar os recursos congoleses para o benefício da metrópole, e de outra parte a viva emoção da opinião pública: uma campanha é lançada a partir do Reino Unido afim de denunciar os abusos do regime leopoldiano.

Em 1908, o Estado-Belga retoma o Congo e suprime a Fundação.

Resumindo, por mais lamentável que possa ter sido, o «período negro» ele só durou uma dezena de anos e, a partir de 1908, o Congo retorna ao seu Estado de direito, os recursos já só servem para a sua valorização e a Bélgica lança um formidável programa de  equipamento rodoviário, ferroviário, portuário... E no entanto, querem-se servir desta breve parêntese, servindo-se destes erros, para descrever o que seria suposto ser todo o conjunto das práticas coloniais. Nada é mais falso ou mais desonesto.

No 20 de Agosto de 1908, um ano antes da morte de Leopoldo II, o Parlamento vota a anexação do Congo pela Bélgica. Nesta data, o Congo não custou nada ao pais e as finanças do longínquo território são excedentárias. Ao total, durante o primeiro período «leopoldiano», das origens da aventura até 1908, Bruxelas tinha dispensado 50 milhões de francos-ouro e retirado 66 milhões, para reembolso de empréstimos em especial. Apenas 16 milhões de benefícios portanto. Um pouco menos do que foi necessário para construir o Palácio da Justiça de Bruxelas (43 milhões). Esses 16 milhões não representavam grande coisa no orçamento de um Estado como o da Bélgica. Será assim durante todo o período «pós-leopoldiano», até á crise dos anos 1930, que arruína um tempo o Congo. Os preços do cobre desmoronam-se, originando assim um desemprego importante e o retorno de muitos quadros europeus para a metrópole. O Estado belga é então forçado a intervir. Vai então criar a Loteria Colonial que gerará 58 milhões de francos enquanto o Tesouro belga participa á altura de 104 milhões entre os anos 1933 e 1940. Esta Loteria Colonial é nada mais que um imposto que levantado na Bélgica para a conta do Congo, um «imposto» subtraído da riqueza da metrópole á qual poderia ter sido atribuída.

Finalmente, e tal como bem resume Stengers:
« Em 1908, [...] no momento da retoma do Congo pela Bélgica, o Congo tinha dado lucro ao Estado-Belga com 26 milhões de francos-ouro. A partir de 1908-1950, as despesas coloniais efectuadas pela Bélgica [...] atingiram um total de 259 milhões de francos-ouro. Durante o período, as vantagens recolhidas pela Bélgica graças ao Congo foram no total 24 milhões. As despesas líquidas da Bélgica de 1908 a 1950 ascendeu assim para 235 milhões. O Congo havia gerado lucro de 26 milhões no momento da retoma. Ele custou 235 milhões desde então. No geral, ele custou á Bélgica, até 1950, 209 milhões de francos-ouro.» 
 Site de Bernard Lugan  Livro « God Bless Africa » versão pdf 

O trecho vai da p.129-133

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«« Extra »»


Origem do tráfico negreiro

O papel da expansão muçulmana.


«« É nesta base que foi realmente «inventado» o tráfico. Não é questão aqui de «responsabilidade» (o que seria absurdo, pois anacrónico), mas de mecanismos. Um conjunto de factores, dos quais alguns remontam á antiguidade, como já o vimos, subitamente se configuraram de uma maneira especifica, a um certo momento e sob certas condições, dando assim nascença ao tráfico dos Negros tal e qual o havíamos definido. Historicamente a expansão muçulmana coincide com o momento em que se produz essa impulsão. É um facto. O tráfico ter-se ia desenvolvido sem essa impulsão, nunca o saberemos, e a questão não tem interesse. O mundo muçulmano, aliás, estava longe de só recrutar escravos negros. Sempre ao longo da sua história, ele alimenta-se igualmente e largamente em todos os países eslavos, o Cáucaso e a Ásia Central. »» (Olivier Pétré-Grenouilleau, Les traitres négriéres, p.29)


«« Nós já o vimos, a escravatura Negreira não rima unicamente com escravatura ocidental. « A escravatura Negreira, como o escreveu Fernand Braudel, não foi uma invenção diabólica da Europa.» Os primeiros escravos negros importados para a Europa foram-no a partir do comércio trans-sahariano, e Charles Verlinden como Paul Lovejoy insistiram sobre a « Muslim connection ». Para este último, a escravatura negreira, na sua primeira fase, antes do começo das relações entre a Europa e o Reino do Congo, foi apenas uma extensão do velho tráfico trans-sahariano. Mais curta, por vezes mais intensiva - mas nem sempre -, a escravatura negreira (ndt:europeia) é no entanto, e de longe, mais bem conhecida que as outras escravaturas negreiras" »» (Olivier Pétré-Grenouilleau, Les traitres négriéres, p.38)

Livro « Les traitres négriéres », versão pdf

Aqui, para compreender o porquê da grande propaganda que visa unicamente culpar e inculcar todos os males da escravatura aos brancos, é necessário ler Kevin MacDonald (para afinar e limar o conhecimento), que explica detalhadamente o porquê da aliança entre judeus e negros.

Pétré-Grenouilleau é um historiador "politicamente correcto", no seu livro corre várias vezes ao socorro dos talmudistas, mas apesar disso, há factos impossíveis de esconder: escravatura negreira de massas, foi inventada pelo Islão, nasceu com o Islão... e durou 14 séculos sem interrupção. E ainda hoje permanece em certas zonas da África sub-sahariana. Mas ninguém se lembra de 14 séculos de escravatura, é mais fácil lembrarem-se de 4 séculos de escravatura europeia.

Links complementares:

Lenda Negra, Inquisição na América, Israel, Judeus e Escravidão de Índios e Negros

Quão culpados eram judeus-holandeses no comércio de escravos?

Os judeus no tráfico de negros

Os escravos brancos


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